A Estação Primeira de Mangueira vai levar para a Sapucaí o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. A escola é a última a desfilar no Domingo de Carnaval (19), com início previsto para entre 3h e 3h50.
O enredo propõe levar à Sapucaí a construção das visões da África na Bahia, por meio da musicalidade e das instituições carnavalescas negras, com destaque para o protagonismo feminino e questões como o racismo.
“Nosso enredo quer mostrar como as questões sociais que estão presentes desde o processo de escravidão e que são transformadas em carnaval, a partir dessas várias áfricas, são apresentadas com alegria a partir do carnaval”, explica o carnavalesco Gui Estevão.
As Áfricas que a Bahia canta
Autores: Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim
Intérpretes: Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz
Oyá, oyá, oyá eô!
Ê, matamba, dona da minha nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
Sou eu a flecha da evolução
Sou eu, Mangueira, a flecha da evolução
Levo a cor, meu ilu é o tambor
Que tremeu Salvador, Bahia
Áfricas que recriei
Resistir é lei, arte é rebeldia
Coroada pelos cucumbis
Do quilombo às embaixadas
Com ganzás e xequerês, fundei o meu país
Pelo som dos atabaques canta meu país
Traz o padê de Exu
Pra mamãe Oxum tocar o ijexá
Rua dos afoxés
Voz dos candomblés, xirê de orixá
Deusa do ilê aiye, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de Catendê
Sonho badauê, revolução didá
Candace de Olodum, sou debalê de Ogum
Filhos de Gandhi, paz de Oxalá
Quando a alegria invade o Pelô
É carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do canjerê
Eparrey oya! Eparrey mainha!
Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
Reina a ginga de iaiá na ladeira
No ilê de Tia Fé, axé Mangueira!