Abrindo a Avenida na segunda-feira de Carnaval (20), a agremiação de São Cristóvão deve entrar aproximadamente 22h.
A Tuiutí vai usar a história de como o búfalo foi parar na Ilha de Marajó para, através do enredo, exaltar a cultura do estado do Pará, com a presença, por exemplo, do carimbó.
“[O búfalo é] o rei. É o protagonista dessa história toda. É a história que começa no século XIX, a partir do comércio das especiarias, com carregamento de temperos, de todas as especiarias e de búfalos, saindo da Índia e indo para a Guiana Francesa. E reza a lenda que no caminho, na costa brasileira, esse barco naufragou. Bateu uma tempestade, bateu numa pedra e naufragou. Toda a triupulação morreu, somente os búfalos sobreviveram”, conta o carnavalesco João Vitor Araújo.
O Mogangueiro da Cara Preta
Autores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia
Intérprete: Wander Pires
Num mar de tempestade e ventania
Foi trazendo especiarias
Que o barco naufragou
Noz-moscada, cravo, iguarias
No caminho para as índias
A história eternizou
O marinheiro se perdeu na madrugada
O mogangueiro correu para o igarapé
A curuminha entoou uma toada
Enquanto abria-se a flor do mururé
E nesse encontro entre o rio e o oceano
A grande ilha que cultiva o carimbó
Dizem que bichos ainda falam com humanos
Há muitos anos na Ilha de Marajó
Eh! batuqueiro no samba de roda, curimbó
Quero ver você cantar, como canta o curió
Okê caboclo! Onde vai a piracema?
Rio acima segue o voo de uma juriti-pepena
Há mão que modela a vida
No barro marajoara
E o búfalo que pisa
Esse chão do Parauara
Chama o Mestre Damasceno
Pra entoar esta canção
Das cantigas da vovó
Do tempo da escravidão
É lá! É lá! É lá!
Canoeiro vive só, “morená”
É lá! É lá! É lá!
Mas precisa de um xodó
Cadê o boi?
O mogangueiro, o mandigueiro de oyá
Meu Tuiuti não tem medo de careta
Traz o boi da cara preta do Estado do Pará