Ser familiar de um político não quer dizer que a vitória será mais fácil, mas certamente encurta o caminho até se tornar eleito. De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 183 deputados e senadores que iniciaram esta legislatura têm parentes na política, o volume corresponde a 30% do Congresso. A ligação consanguínea mais recorrente é a filiação, demonstrando que o capital político de pai e mãe é herança valiosa para quem aspira um futuro na vida pública.
Os cinco estados com a maior representação familiar estão localizados na região Nordeste. A Paraíba tem quase dois terços de seus parlamentares eleitos com sobrenomes já conhecidos do público. Em Pernambuco foram 64%, já Alagoas tem metade da bancada por parentes de políticos. A Bahia aparece com 48% de seus parlamentares com parentesco político. O Maranhão com 43%, e a força eleitoral da família Rodrigues é tão grande que elegeu o casal Detinha (PL-MA) e Josimar Maranhãozinho (PL-MA), para a Câmara dos Deputados.
Dos 594 parlamentares do Congresso Nacional (513 deputados e 81 senadores), 95 estão dando continuidade à trajetória política já iniciada pelo pai. Alguns deles, inclusive, dividindo os corredores do Congresso com os antecessores. É o caso do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD-BA), filho do senador Otto Alencar (PSD-BA).
Há casos em que o nome não se mostra tão eficaz na busca por um cargo político. Eduardo Cunha direcionou o capital político que conquistou quando foi presidente da Câmara para a filha Dani Cunha (União-RJ), na primeira tentativa, ela fracassou, mas nas últimas eleições, Dani foi eleita para o primeiro mandato na Casa, já seu pai fracassou na conquista de uma vaga por São Paulo.
Um dos sobrenomes mais famosos na política recente, viveu os dois lados da moeda, o nome Bolsonaro que foi inserido na política pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL-RJ), rendeu frutos, são três filhos na política atualmente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), O deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além do vereador da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). As derrotas do nome ficaram com Ana Cristina Valle e Rogéria Bolsonaro que mesmo se apoiando no nome do ex-presidente não foram eleitas.