A mudança climática é reconhecida como uma das principais ameaças global deste século. Os seus impactos são familiares, eventos climáticos extremos, secas, inundações e impactos na agricultura e infraestrutura. Mas pouco se fala do seu impacto na saúde mental.
Os impactos das transformações são fontes significativas de estresses para indivíduos e comunidades. As consequências variam de sintomas mínimos de estresse e angústia, passando por transtornos clínicos como depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e pensamentos suicidas. Não podemos deixar de mencionar que a violência entre parceiros também pode aumentar, sendo as mulheres as maiores vítimas.
Em um estudo publicado recentemente na JAMA Psychiatry, pesquisadores identificaram 430 mil indivíduos que morreram por suicídio na China entre 2013 e 2019.
Durante as análises, observou-se uma associação linear entre temperatura e suicídio com aumento do risco de morte em temperaturas mais altas. O simples aumento de 1º C elevou o risco em 0,91% no risco de suicídio.
Aproximadamente 15%das mortes foram associadas à temperatura não ideal, ou seja, baixas temperaturas ou altas temperaturas. Ainda, segundo o estudo, existe uma projeção de aumento de suicídio na China passando de 8,3% para 11,4% até 2050, chegando a 21,7% na década de 2090.
O nosso corpo tem recursos e reservas limitados, temperaturas extremas esgotam esses recursos rapidamente, pois precisam desviar das funções cognitivas para manter o corpo fresco. Menos controle cognitivo, maior o risco de sofrimento emocional.
Conhecer os fatores de risco é muito importante, porque pode ajudar no desenvolvimento de políticas públicas de proteção à saúde mental.