Por tudo isso, reiteramos: conhecer educação financeira pode ajudar a sair de um relacionamento abusivo, especialmente se o abuso envolve controle financeiro. O controle financeiro é uma forma de violência doméstica em que o agressor usa dinheiro para exercer poder e controle sobre a vítima. Isso pode incluir impedir que a vítima trabalhe, controlar as finanças conjuntas, limitar o acesso da vítima a dinheiro ou crédito e forçar a vítima a assinar documentos financeiros.
A educação financeira pode ajudar a vítima a reconhecer os sinais de controle financeiro e a tomar medidas para se tornar financeiramente independente. Isso pode incluir: a) Entender suas finanças: é importante que a vítima tenha uma compreensão clara de sua situação financeira, incluindo dívidas, ativos e despesas; b) Criar um orçamento: a vítima pode criar um orçamento para controlar suas despesas e evitar o endividamento. Isso também pode ajudar a vítima a economizar dinheiro para se tornar financeiramente independente; c) Obter ajuda profissional: a vítima pode procurar a ajuda de um consultor financeiro ou de um advogado especializado em violência doméstica para obter orientação sobre como proteger suas finanças; d) Estabelecer uma rede de apoio: é importante que a vítima tenha uma rede de apoio, incluindo amigos, familiares e organizações que possam ajudá-la a sair do relacionamento abusivo e se tornar financeiramente independente; e) Conhecer seus direitos: a vítima deve conhecer seus direitos em relação aos assuntos financeiros e legais, incluindo o direito à metade dos bens adquiridos durante o relacionamento e o direito de buscar pensão alimentícia e apoio financeiro.
Em resumo, os aspectos aqui abordados visam destacar a existência de comportamentos pessoais que são, muitas vezes, afetados por decisões de ordem financeira. Daí decorre um relacionamento abusivo, com um abusador e uma vítima. A educação financeira proporciona um cabedal de conhecimentos, habilidades e atitudes que servem de instrumento para um fim ao relacionamento abusivo, cuja conciliação de interesses pode culminar em um rompimento da sociedade assim formada.