Especialista em Kombato explica como a técnica ajuda na prevenção a ataques
Com a série de ataques que crianças, educadores e profissionais estão expostos nas escolas do Brasil, algumas ações vêm sendo tomadas. É o que ocorre no Rio de Janeiro, que em uma parceria entre o Governo do Estado e a Polícia Militar, criou um treinamento com o objetivo de gerenciar riscos e aumentar a segurança dentro das salas de aula. A iniciativa foi idealizada após inúmeros boatos e tentativas de violências nas escolas estaduais e municipais da capital e da Baixada Fluminense.
Segundo um levantamento global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os que têm os índices mais altos do mundo no ranking das agressões contra professores, com estabilidade nos últimos anos, ou seja, sem melhoras. 10% das escolas brasileiras pesquisadas, por exemplo, destacam situações de intimidação ou abuso verbal contra educadores.
O especialista em Kombato e segurança pública, Paulo Albuquerque, comentou a importância desse preparo nas escolas. “Quando falamos em riscos, o termo poderia se aplicar a muitas coisas, inclusive aos ataques às escolas. Nenhuma pessoa é à prova de violência. E os professores e alunos, claramente não são exceção. Para ter certeza disso, basta estar atualizado com as notícias. O objetivo de cada professor é formar bons alunos e educá-los, e não ser guarda costas de cada uma dessas crianças. Seria uma tarefa à beira do impossível. Infelizmente, diante da realidade que temos hoje em que marginais estão distribuídos pelas ruas, a ameaça é constante e não podemos ignorá-la. Assim sendo é imperativo um treinamento de qualidade para reduzir todos os riscos, da melhor forma possível”, explica.
Paulo acredita que é preciso se antever a possíveis cenários de violência, por isso é importante o preparo. “Não estamos falando de pessoas usando Kimono e dando golpes uns nos outros, mas sim de pessoas aprendendo teoria de como evitar a violência, e, apenas em última instância, preparo para um eventual confronto corpo-a-corpo, como aliás, aconteceu mais de uma vez nos últimos dois meses. Ou seja, a ideia não é apenas defesa pessoal em si, ou uma arte marcial, mas sim a ideia de treinamento em ciência de proteção, que é um conceito desenvolvido nos últimos 30 anos”, comenta Albuquerque.
O Kombato, embora desconhecido por muitos, é uma técnica que pode auxiliar na proteção daqueles que sofrem algum tipo de violência, embora não recomendando reagir em nenhum tipo de situação, é importante estar preparado. “PARE é o conceito mais básico de todos. ‘P’ de Prevenção, ‘A’ de Ação, e RE de ‘Reação’. Quem puder pesquisar locais onde se ensina Ciência de Proteção, será muito bom para a segurança, saúde e bem estar físico e psicológico”, finaliza Paulo.