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Rio Day: o que foi assunto no evento com Flávio Bolsonaro, Marcelo Freixo e o vice-prefeito Nilton Caldeira em Brasília

Primeira edição da iniciativa, capitaneada pelo Instituto Coalizão Rio, ocorreu nesta quarta-feira (09/08) com mesas redondas e palestras sobre legislação de combate à criminalidade, papel do setor produtivo na prevenção ao crime e pirataria. Mais de 180 pessoas estiveram presentes ao longo do evento que contou com 40 palestrantes

 

Essa quarta-feira (09/08) foi dia de sugestões e trocas de ideias entre autoridades e especialistas em segurança pública na primeira edição do Rio Day, no Auditório Petrônio Portela, do Senado Federal. Políticos como o vice-prefeito do Rio de Janeiro, Nilton Caldeira, os parlamentares Carlos Portinho, Flávio Bolsonaro, Marcelo Freixo, Júlio Lopes, Laura Carneiro, General Pazuello, secretários de Estado do Rio de Janeiro, entre outras autoridades, empresários e especialistas estiveram presentes no evento que teve mesas redondas e palestras voltadas para a segurança pública da Cidade Maravilhosa. Por iniciativa do Instituto Coalizão Rio em parceria com as empresas Animabr, Take the Lead e do Campo Olímpico de Golfe.

 

À frente do evento, Luís Leão, presidente do Instituto Coalizão Rio, abriu os trabalhos destacando o propósito do evento e enfatizando que os problemas de segurança existentes, além de afetarem a população local, deixam um estigma preocupante para a cidade que é a vitrine do Brasil para o exterior, mesmo que alguns indicadores tenham apontado uma diminuição na violência em 2022, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).

 

“O nosso principal objetivo hoje é desenvolver um plano de ação colaborativa para melhorar a segurança da capital, promover parcerias público e privadas, aprimorar políticas e estratégias de segurança, engajar a sociedade civil na busca de um ambiente seguro e inclusivo. Não adianta ficarmos só repetindo que no Rio tem assalto. Independentemente de partido, queremos unir todas as pontes, melhorar o meio de negócios, queremos viver bem no nosso Rio de Janeiro.”

 

Mesas redondas e palestras

 

Nesta edição de estreia, o evento teve mesas redondas sobre legislação de combate à criminalidade, papel do setor produtivo na prevenção do crime e combate à pirataria, além de palestras individuais sobre o Disque Denúncia, com o presidente Renato Gonçalves; as operações Lei Seca e Segurança Presente, com o idealizador Coronel Fellipe; o projeto Carga Blindada do Sindicarga RIO, com os diretores Marcelo Turbo e Diego Archanjo, “A Guerra Surda no Rio de Janeiro”, com o general de divisão Marco Aurélio Costa Vieira; e um talk do coordenador da área de segurança pública e territórios do Laboratório Arq Futuro de Cidades, Ricardo Brisolla Balestreri.

 

Ao longo de todo o debate, ideias como a integração de setores e esferas políticas foram apontadas como sugestões para os problemas que a cidade enfrenta, bem como o investimento em educação, iniciativas sociais e oferta de emprego pelo setor produtivo para combater a criminalidade desde a raiz até a ressocialização de detentos. Cada mesa teve contribuições de nomes como André Ceciliano, Secretário Especial de Assuntos Federativos da SRI, e Maria Rosa Nebel, secretária de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, a primeira mulher a ocupar o cargo no país.

 

“Temos que ouvir, seguir e entender que a segurança não é só a ação policial. É uma parte. O Estado tem que casar a escola com as atividades sociais e esportivas das comunidades. Trazer os clubes e as federações, quantos talentos tem lá desperdiçados?”, defendeu o senador Carlos Portinho, um dos articuladores para a realização do evento. “Precisamos de investimento, criar oportunidade, ocupação de tempo para essas crianças, e já temos os equipamentos nessas comunidades, o material humano, precisamos ordenar e integrar as ações do Estado e municípios”, defendeu.

 

Atratividade turística
Um dos destaques entre as autoridades que deixaram suas contribuições nas mesas redondas, o senador Flávio Bolsonaro abordou tópicos como a descriminalização do porte de drogas. Na avaliação do parlamentar, o fato de a ação que aborda o tema estar em pauta no Supremo Tribunal Federal “atropela” o Poder Legislativo, o que geraria insegurança jurídica.

 

“O que diferencia o usuário de um traficante, além da quantidade, é o bom senso do magistrado na hora que vai apreciar o caso concreto, se é para consumo ou para comércio. Se o Supremo decidir agora, atropelando o Congresso Nacional, que alguém apreendido com 5, 10 ou 60 gramas de maconha possa não ser punido, o que ele está falando para os traficantes? Olha, vocês podem botar na ponta da linha os aviõezinhos portando até 5, 10 ou 60 gramas de maconha, que nada vai acontecer”, opinou.

 

Combate ao crime organizado

 

Marcelo Freixo, presidente da Embratur, destacou que um problema que difere a criminalidade do Rio de outros grandes centros urbanos do mundo é o crime organizado. A solução, na avaliação dele, não deve ser uma responsabilidade somente das forças policiais, passando por questões como educação e saúde. Para o ex-deputado, é preciso que a capital fluminense, como um cartão postal do Brasil, seja boa não só para quem visita, mas também para quem vive a realidade local todos os dias.

 

“Na cidade do Rio de Janeiro, 73% dos territórios são dominados por tráfico ou milícia. Não é possível que a gente não ache isso muito grave”, observou, citando também a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias, a qual presidiu em 2008 e teve um relatório com 68 propostas que continuam atualizadas e podem ser seguidas, destacou Freixo. “Precisamos de um sistema integrado de inteligência onde a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as Forças Armadas e as polícias estaduais trabalhem integradas no sistema de inteligência.”

 

O deputado federal Júlio Lopes, por sua vez, apresentou sugestões que beneficiariam a segurança pública, como suplemento tecnológico na identificação de todas as armas das polícias, forças militares e de segurança, para que haja um melhor estudo balístico, um georreferenciamento de armas que permita um acompanhamento sistêmico digital e uma extensão do sistema de informação penitenciária.

 

Como enfatizou o parlamentar, outro grande problema do Rio de Janeiro é o furto de energia e água, que prejudica as concessionárias públicas. Uma das soluções apresentadas por ele é o uso da tecnologia Plus Code, desenvolvida pela Google, que consegue identificar locais sem endereço formal, como é o caso da moradia de vários brasileiros. Por meio dela, é possível identificar onde há utilização desses serviços sem o devido pagamento.

 

Primeiro de muitos

 

A estreia do Rio Day abre uma série de encontros sobre temas referentes ao Rio de Janeiro, visando melhorias na Cidade Maravilhosa, tanto para os cariocas como para o turismo. Este, inclusive, é o tema previsto para a segunda edição, ainda sem data definida. Por meio das palestras e mesas redondas, o intuito é incentivar parcerias entre os setores público e privado para encontrar soluções criativas e inovadoras por meio de políticas públicas, de ações sociais e do uso da tecnologia.

 

Todos ficaram impactados ao verificarem que quando o assunto é transversal a todos os setores, a esquerda, o centro e a direita conseguem manter um diálogo de alto nível e até concordam em alguns pontos comuns nas boas soluções.

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