Jornal DR1

O Cantador de Histórias: A digital da serenata

Olá amigos, nas serenatas e fora delas ouvimos muitas reflexões sobre a vida, sua fragilidade e os verdadeiros valores a serem cultuados. Nesses nossos 23 anos de jornada, muitos episódios nos marcaram, por exemplo: Da vez em que uma cliente moradora da Granja Viana em SP, descobre ter câncer em estado avançado e resolve fazer uma serenata para a família e para os amigos como uma despedida no dia do seu aniversário. Ela não revelou o grande motivo da festa, mas fez questão de fortalecer a importância da família e o elo de amor que uniam todos os presentes, sobrou até para nós uma declaração dizendo que a serenata faz uma ponte entre passado e o presente e que a gente tem uma missão nobre nessa aventura. Pouco tempo depois a família nos relatou que ela tinha falecido.

Também tem a história de um pai sempre muito calado e nada carinhoso com os filhos e a esposa, vendo os amigos reunidos na sala de sua casa e tantas palavras de carinho através da serenata, resolveu se manifestar e para o espanto de todos, uma grande troca afetiva. Ele abraçou os filhos e a esposa, se desculpou pelo seu silêncio, chorou um pouco e para os amigos disse perceber a importância de não se estar só.

Temos outro episódio onde grande parte do hospital, na região do Ibirapuera, em SP, resolveu participar do pedido de namoro de um médico oriental muito tímido, mas disposto a declarar todo seu amor àquela médica que já paquerava há alguns anos, mas nunca ousou falar de amor com ela.

Chegamos à tarde de um dia quente de outubro de 2010 e o médico já nos esperava muito ansioso com um buquê de rosas nas mãos e cheio de amor pra dar. A gente percorreu vários corredores daquele andar cantando uma canção romântica e ao nos aproximar da médica finalizamos a canção e lemos uma linda declaração de amor pedindo-a em namoro. Foi muito emocionante porque mexeu muito com a rotina do hospital e com os humores dos enfermeiros e médicos que estavam na torcida do sim da Dra. Ana. Mas pra nossa frustração ela só agradecia e, muito tímida, nada dizia, mas sentíamos que estava feliz. Passados dois anos, voltamos a receber uma ligação do Dr. Oriental e ele nos convida pra ir à casa dele em Guarulhos. A festa era na garagem e uma lona azul celeste, colocada no portão, impedia os olhares curiosos dos transeuntes. Ele não nos contou o que celebrava para poder nos surpreender também. A serenata foi ao som de uma voz, um violão e violino. Ao término da celebração os dois agradeceram e, muito animados, nos contaram que foi muito importante aquele dia no hospital e que foi graças a nossa serenata que esse momento estava sendo celebrado e que ficaram juntos logo após a declaração no hospital.

Pois é pessoal, a serenata cumpriu com maestria e celebrou com festa os corações apaixonados.

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