Os poluentes ambientais tornaram-se bastante presentes nas últimas décadas, os plásticos e, em particular, os microplásticos. estão entre os poluentes mais difundidos. Os microplásticos (MPs) chegaram ao ar, ao sistema hídrico e à cadeia alimentar e são produzidos propositadamente ou são derivados da decomposição de materiais plásticos maiores. Apesar dos avanços sociais que os plásticos permitiram, a má gestão dos resíduos plásticos tornou-se uma questão global premente e a sua exposição induz estresse oxidativo e inflamação.
E na parte cognitiva, a exposição tem alguma consequência nos mamíferos?
Para responder a esta pergunta, pesquisadores da Universidade americana de Rhode Island, Kingston, investigaram a mudança comportamental dos ratos. A pesquisa foi publicada no International Journal of Molecular Sciences.
O estudo consistiu em testar a absorção celular e o efeito de partículas de poliestireno por até 72 horas. Em seguida, deram água potável a camundongos fêmeas com uma mistura de microplásticos por três semanas. Os pesquisadores dividiram os camundongos entre jovens, 4 meses, e velhos, 21 meses. Além disso, dividiram também por concentração de microplástico recebido.
Após três semanas, foram analisados o comportamento dos ratos através de dois testes. Em um teste, foram estudados o comportamento exploratório e locomoção espontânea e no segundo teste, realizaram um teste claro-escuro relacionado à ansiedade.
Os ratos registraram mudanças como aumento na distância percorrida por eles em comparação ao primeiro teste. Além disso, os marcadores imunológicos do fígado e do cérebro foram alterados nos ratos expostos às partículas quando comparados com os que não foram. Verificou-se alterações dependendo da idade, o que indica possível correlação efeito-idade
Os pesquisadores ressaltaram que mais estudos precisam ser realizados para compreender os sistemas fisiológicos que podem estar contribuindo para esta mudança comportamental.