Se não tratado corretamente, assim como outras síndromes, Burnout pode ser fatal
O lema da campanha “Setembro Amarelo” deste ano é “Se precisar, peça ajuda!”. O intuito é buscar conscientizar as pessoas em relação a prevenção ao suicídio, associada a depressão e outros danos à saúde mental. Segundo a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há aproximadamente 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas tiram a própria vida por dia.
Praticamente todos os casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais, como divulgado pela OMS (principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente). O Burnout, assim como outras síndromes, é um dos males que traz uma piora da saúde mental, pois provoca uma sobrecarga emocional para o profissional.
A Psicóloga e Logoterapeuta da MS Clínica de Psicologia, Michele Silveira, relata que o Burnout pode sim prejudicar o trabalhador. “Essa síndrome é uma condição médica que ocorre em decorrência da exposição a prolongados níveis de estresse no trabalho. Para avaliar os fatores de risco para o desenvolvimento dela, se leva em consideração quatro dimensões: a organização, o indivíduo, o trabalho e a sociedade”, explica.
Como a prevenção sempre é o melhor caminho, há práticas que podem ser adotadas para equilibrar a carga de trabalho e evitar o esgotamento emocional. Para a especialista, as empresas têm um papel fundamental. “Quando falamos de qualidade de vida no trabalho, falamos de como o indivíduo percebe o ambiente, encara e sente as emoções naquele trabalho, mas também de fatores relacionados ao que a empresa pode fazer, como disponibilizar um ambiente adequado, que não seja insalubre, se preocupar com a saúde dos trabalhadores, inclusive psicológica e emocional. Uma boa medida prática é oferecer um ambiente de trabalho onde as pessoas gostem de trabalhar, possam se sentir valorizadas e que possam ter ali novas ideias. A outra seria de uma política de trabalho flexível, onde o trabalhador pudesse oferecer ao funcionário autonomia responsável”, orienta a Psicóloga.
É importante ressaltar que o Burnout não é o único mal que atinge a saúde mental e pode ocasionar no pior, por isso é importante buscar ajuda profissional para identificar o que você está passando. “Dificuldade para adormecer e/ou manter o sono, episódios intensos e frequentes de ansiedade, problemas gastrointestinais, cansaço constante, irritabilidade frequente, isolamento social, falhas de memória frequentes, diminuição da produtividade, apatia e dificuldade de concentração, todos esses sinais servem de alerta. Você não precise carregar isso sozinho. Peça ajuda”, finaliza Michele.