Em um voo da Delta Airlines uma passageira entrou em pânico com os barulhos ouvidos a bordo. O comissário Floyd Dean Shannon, simplesmente se sentou no chão a seu lado e segurou sua mão, explicando cada um dos barulhos e fases do voo até que ela se acalmasse. Há os que pensarão: “Eu não sou pago para isso”. Certamente isso não está descrito em seu descritivo de trabalho. Porém, trabalhar por obrigação e trabalhar por vocação, ou propósito, é a diferença na atitude entre os comuns e os extraordinários. Os propósitos, tanto do colaborador quanto da organização devem estar conectados umbilicalmente para que essa experiência seja vivida e sentida. Não há duas vidas, duas pessoas ou “fulano é feliz no trabalho e infeliz em casa” ou vice-versa: somos uma única pessoa. Por que levantamos da cama pela manhã? Para quem? Sem essas respostas, andamos a mercê dos ventos. Corações e Mentes.
Propósito
Em 1963 a capital americana contabilizou 250.000 pessoas em um comício do reverendo Martin Luther King e não houve post no Instagram, WhatsApp, Twitter ou Facebook. Como mobilizaram ¼ de milhão de pessoas em um domingo ensolarado e quente? O Sr. King não era o único orador e não foi o único a sofrer discriminação racial por ser negro. Ele não falava sobre o quê precisava mudar na América, ele falava o que ele acreditava e aqueles que acreditavam no que ele acreditava, sentiam que a crença dele era a sua e a repassavam a frente e o ciclo todo se repetia.
Quantas daquelas pessoas foram até lá por causa de Martin Luther King? Zero. Elas foram por elas mesmas. Era o que elas acreditavam sobre a América que as levou a viajar horas para ficar de pé ao sol. É o que elas acreditavam e não se tratava de brancos contra negros, pois 25% do público eram de pessoas brancas. A propósito, o discurso do Sr. King sempre foi de “eu tenho um sonho” e nunca “eu tenho um plano”.
“Aqui eu posso ser eu mesmo”
Certa vez, quando perguntado se gostava de onde trabalhava, o colaborador respondeu: gostar? Eu amo! Por quê? Muito simples. Aqui eu posso ser eu mesmo. Minha opinião é respeitada, meu chefe não me cobra perfeição, mas entregas factíveis e compreendo como e onde meu trabalho faz a diferença.
“C” do ESG
As organizações precisam ser transparentes definindo quem são seus valores, suas crenças e seus sonhos. Reúna as percepções dos colaboradores e desenvolva com eles mensagens autênticas que irão reverberar nos corações e mentes. Assim, os colaboradores se alinharão com os objetivos, metas, missão e valores da organização. Mas lembrem-se: precisa ser verdadeiro, ser sentido e vivenciado por todos. Essa é a essência do “C” do ESG.
Lembrem-se: corações e mentes.
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