A grande corrida imigratória, segundo os dados estatísticos, começou por volta do ano de 1874, muitos desembarcavam no porto de Santos e do Rio de Janeiro, sendo este o principal porto de desembarque. Aqueles que apresentavam uma condição econômica melhor ou que demonstravam ter um ofício definido, se estabeleciam com certa facilidade, porém, os imigrantes que se encontravam em condições inferiores, eram submetidos a ocuparem instalações precárias conhecidas pela expressão “cabeça de porco”. Muitos desses imigrantes concorriam com os escravos, disputando serviços pesados e sendo explorados muitas vezes de forma desumana, outros modestos prestadores de serviços, conseguiam ser mascates no interior da Província.
Focando ainda a profissão de jornalista, destaco o empenho dos jornalistas italianos, que conseguiram após muitas lutas legalizar a profissão e criaram um sindicato para tornar o entregador e, posteriormente, o vendedor de jornais e revistas, uma profissão regulamentada.
Os imigrantes italianos foram pioneiros na entrega de jornais em domicílio e a vendagem em pontos de maior movimento. Dominaram totalmente esse mercado de trabalho instalando bancas que eram muito precárias no início, porém, com o crescimento de produtos do segmento, foram adaptando as instalações, melhorando a qualidade dos materiais, as condições de armazenagem de seus produtos, abrigando-os das intempéries da natureza e aos poucos estes trabalhadores foram conquistando o respeito dos grandes editores que desejavam expor seus produtos, porém, com certa diferença de tratamento da sociedade e dos editores.
Os frades franciscanos Anselmo da Castelvetrano e Giovanni Francesco da Gubbio foram os pioneiros ao lançar em 1765, o jornal católico La Croce del Sud, edição bilíngue, quando a corte portuguesa proibia a existência de qualquer publicação na colônia.
Assim, encerro esta primeira parte da desta “Corrida Imigratória”, prometendo na próxima edição, apresentar oficialmente o 1º jornal italiano editado no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro.