Vemos que ao longo da história da humanidade, sempre houve tentativas de se lidar com a morte. Freud afirma que a natureza, se impõe ao homem, a despeito do esforço civilizatório, dispensado pelos humanos, visando a esquiva e a fuga da fraqueza e do desamparo.
Freud argumenta que a morte constitui uma questão obscura para o homem e que não pode ser remediada e tampouco vencida. Segundo ele ainda, a morte permanece um enigma irremediável para sempre. Lembrando que o fenômeno morte aponta igualmente para a grande e imponente força da natureza sobre nós, e evidencia os limites da condição humana.
Ressalto ainda que o ‘luto’, faz parte do nosso processo evolutivo, e que durante a nossa vida vivenciamos e vivenciamos perdas a todo momento, perdas de um ente querido, perdas de trabalho, términos de relacionamentos, etc. O importante aqui é a maneira como cada um reage diante da perda. Lembrando que nos casos em que é produzida a ‘melancolia’, não significa que o luto não esteja ali, e sim, que o sujeito se fixou em alguma parte do processo de ‘elaboração’. Lembrando que vivemos numa sociedade imediatista, e pessoas afirmam não terem tempo para lidar com o sofrimento. Nesse caso, ressalto a ‘negação’, que faz parte do processo de ‘luto’. Lembrando que quando algo de muito ruim acontece, é como que o aparelho psíquico entrasse em estado de alerta, de choque, até dispor de tempo para se elaborar, e portanto ‘ressignificar’ o ocorrido. Portanto é preciso encarar o ocorrido para ser superado. É nesse sentido que a ‘psicanálise’ se torna uma ferramenta essencial, para nortear elementos que ajudem na elaboração de tal processo. Podemos até perguntar, como é que a ‘psicanálise’ pode ajudar no processo de superação do luto? É simples, ela motiva, o que não pode ser dito, permite ouvir, e deixa o paciente expressar seus sentimentos, suas emoções, angústias, medos etc., possibilitando, que dessa forma ele se sinta seguro e vai além do que lhe é revelado numa conversa inicial. Vale ressaltar que, lidar com a perda nunca será fácil, pelo contrário, é necessário que o indivíduo passe por uma experiência dessa natureza, a fim de ajudar o psicanalista a perceber melhor como seu aparelho psíquico irá reagir e a manifestar essa dor.
O sofrimento do ser humano, começa a partir dos momentos em que questionamentos afligem o sujeito, e o analista, em parceria com o analisando, poderá encontrar respostas para amenizar a dor.
Quando nascemos, dependemos de um adulto, que nos forneça alimentos, carinho, atenção, portanto somos lançados desde o início a um desamparo fundamental, no entanto o crescimento do indivíduo só acontece quando ele aprende a ser independente . E em termos de estrutura psíquica, formam-se os registros de que perder, de certa forma é ruim, sem ter real noção do que isso pode significar.
Lembrando que tudo é um processo, é amadurecimento físico e mental do ser humano, é aprender que ao longo do tempo, o indivíduo vai perceber que perder, obviamente faz parte da nossa existência e tudo passa a ser visto com mais leveza, tudo é um processo de cura e cada um tem o seu tempo para se reerguer…