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Museu do Açude: um tesouro do Alto da Boa Vista

Uma pérola escondida em meio a Floresta da Tijuca que passa despercebida 

O Alto da Boa Vista é praticamente um passagem em que se vai da Barra para a Tijuca e vice-versa. Com casarões antigos, favelas como Morro do Açude, Morro da Agrícola e da Mata Machado e a entrada para a Floresta da Tijuca, é difícil imaginar que em meio a tanto verde a um museu. Ao menos que você preste atenção nas placas.

O Museu do Açude foi fundado em 1964 e era a casa de veraneio de Raymundo Ottoni de Castro Maia, empresário brasileiro que foi grande entusiasta da arte. A casa foi comprada e reformada por Castro Maia em 1913 e foi o lugar onde ele não apenas passava seu tempo livre como também guardava sua vasta coleção de obras de arte, adquiridas pelo Brasil afora e em suas viagens para o exterior. 

Entre as peças da coleção, as principais eram pinturas de Debret e Portinari, além de artes com azulejos portugures e livros raros de arte. Castro Maia também dava muitas festa em sua casa no Alto da Boa Vista, onde reunia artistas da época e grandes personalidades, tanto brasileiras quanto internacionais. Nestes eventos, promoveu ainda mais o trabalho de artistas.

Mas o desejo de Castro Maia era realmente tornar a arte acessível para todos, portando, criou a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya, registrada em 1963, um ano antes da fundação do Museu do Açude. Essa fundação simplesmente abriu ao público mais de 22 mil peças adquiridas e colecionadas em toda sua vida. Em 1968, Castro Maia faleceu e a fundação passou a administrar diretamente o museu.

O Museu do Açude tem 151.132 metros quadrados de área e fica em meio a Floresta da Tijuca, onde é divido em em pavilhões temáticos. O primeiro é o Pavilhão de Recepção, onde os visitantes são recebidos, há a loja de souvenirs e a exposição “Retratos de Raymundo”, cujo objetivo é apresentar o facetas de Raymundo Ottoni de Castro Maya em fotos e retratos de sua vida privada, como colecionador,  ecologista, anfitrião, empresário e  esportista.

O segundo pavilhão é a Casa principal, que foi a morada de Castro Maya. No primeiro piso está a coleção de arte oriental e a reconstituição da cozinha e da sala de jantar como eram no passado, preservando o esplendor da casa que virou museu. No segundo piso está a Reserva Técnica Visitável.

  Em seguida vem a Galeria Debret, anteriormente o espaço dedicado a apresentar as obras do artista francês Jean-Baptiste Debret, que foram transferidas nos anos 90 para o Museu da Chácara do Céu, que também é da Fundação Castro Maya. Hoje apresenta a mostra de matrizes de litografia usadas como na estamparia dos produtos das indústrias alimentícias de fundador, uma coleção de 478 pedras litográficas. A Galeria Rugendas possui  exposições  fixas, como “Paisagem e Patrimônio”, que retrata o envolvimento de Castro Maya com a natureza em duas dimensões. são imagens sobre a paisagem natural do Rio de Janeiro que revelam a primorosa iconografia de obras dos artistas viajantes europeus do séc. XIX.

No último pavilhão, há os Projetos Temporários, as exposições temporárias de obras de artistas contemporâneos no espaço externo do Museu. Em meio às galerias, a paisagem bucólica da floresta já uma atração a parte, bem como a própria arquitetura do local. Dica: leve repelente e protetor solar, pois as áreas externas são muitas.

O Museu do Açude fica na Estrada do Açude, 764, no Alto da Boa Vista. Se tem uma desvantagem, é o fato de ter um acesso complicado para quem não tem carro, pois o ponto de ônibus mais próximo fica a 700 metros. As linhas 301, 302 e 645 passam neste ponto. O espaço fica aberto de quarta a segunda-feira, fechando às terças para manutenção, de 9h ás 17h. Sua entrada custa R$ 6 a inteira, mas só aceitam dinheiro vivo, portanto, leve trocados. Porém, as quintas-feiras, a entrada é gratuita.

Curiosidade: o Museu do Açude já foi cenário para novelas e filmes de época, como Roque Santeiro, como a vista externa da casa da personagem viúva Porcina, vivida pela atriz Regina Duarte.

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