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Nêgo Bispo: o maior intelectual quilombola do Brasil

Nesta semana o país se despede de uma figura emblemática para a história de luta do povo negro

Nesta edição, iremos homenagear Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, que faleceu nesta semana, devido a uma parada cardiorrespiratória, segundo informações disponibilizadas pela família. 

Aos 63 anos, o intelectual e ativista político morreu no último domingo (3), no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI). Filósofo, poeta, escritor, professor e ativista político, Nêgo Bispo atuou em movimentos sociais e organizações de defesas de quilombolas. 

Antônio nasceu no dia 12 de dezembro de 1959, no Vale do Rio Berlengas (PI), viveu grande parte de sua vida no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí, cidade onde morreu. Foi o primeiro membro de sua família a ser alfabetizado, com o ensino fundamental completo. 

A Coordenação Nacional de Articulação dos Quilombos (CONAQ) informou que a contribuição dele será lembrada e reverenciada por gerações. Nego Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.

Nêgo Bispo já publicou dois livros, sendo eles: Quilombos, modos e significados, em 2007, e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015), além de vários artigos e poemas. Em 2012 e 2013, foi professor convidado do Encontro dos Saberes, projeto criado pela Universidade de Brasília, com o intuito de juntar o conhecimento acadêmico e popular. 

O pensador completaria 64 anos na próxima terça-feira (12), mas um quadro grave de diabetes o levou a uma parada cardiorrespiratória. Antônio Bispo deixou a esposa Edileusa, dois filhos biológicos, quatro netos, além de milhares de admiradores e leitores.

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