O dia 8 de julho de 2014 ficou marcado na história de todo torcedor brasileiro. Hoje ou daqui a 20 anos, se você perguntar a quem viveu o fatídico passeio da seleção alemã sobre a brasileira, receberá uma resposta sem muito esforço. O 7×1 é histórico, virou meme e se tornou sinônimo de vergonha em qualquer cenário. Incrivelmente, a CBF tem um longo histórico de 7×1. Mais um ocorreu no fim de 2023.
É verdade que os escândalos e vergonhas já habitam os corredores da CBF desde o passado mais distante, como o roubo da Taça Jules Rimet em 1983, ou os problemas envolvendo o ex-presidente Ricardo Teixeira, desde o voo da muamba após o tetracampeonato em 1994 até diversas CPIs no início dos anos 2000.
Segue o fio
Em abril de 2014, o então presidente da CBF, José Maria Marin, se encontrou com o empresário J. Hawilla para discutir a distribuição de propinas para Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e o próprio Marin. A reunião foi revelada tempos depois pela justiça dos EUA. Em julho do mesmo ano, a Alemanha fez um jogo de futebol virar passeio e 7×1 em plena Copa do Mundo realizada no Brasil.
Pouco mais de um ano depois das conversas sobre propina terem sido gravadas, Marin foi preso na Suíça. Ele já estava fora da presidência da CBF, mas seu sucessor não ficaria por baixo. Ainda em 2015, Marco Polo Del Nero é citado no processo da Justiça dos EUA e fica impedido de deixar o Brasil para não ser preso. O Senado abre a CPI da CBF para investigar denúncias nos contratos da entidade para sediar o mundial do ano anterior.
Um ano depois, Del Nero foi banido da FIFA e do futebol. Em 2019, foi a vez de Ricardo Teixeira sofrer a mesma pena. Tudo parecia sepultado em 2020 com a prisão de Marin pela justiça americana e a chegada de Rogério Caboclo à presidência da CBF.
Porém…
Em 2021, Rogério Caboclo é suspenso da presidência da CBF após acusação de uma funcionária da entidade, vítima de assédio sexual e moral praticado, e gravou reuniões com o dirigente. No ano seguinte, ele foi afastado definitivamente da presidência da confederação.
Lá vêm eles de novo…
Aí chegou Ednaldo Rodrigues, com pensamentos e atitudes diferentes de seus antecessores, mas a CBF nunca decepciona. Em um movimento arquitetado nos bastidores por ex-dirigentes, foi retirado da presidência da entidade no apagar das luzes de 2023. Ainda há riscos de punição da FIFA, mas nada é tão ruim que não possa piorar.
Ancelotti renovou com o Real Madrid e a CBF, que tinha Diniz como técnico interino e dava como certa a vinda do italiano, agora se encontra sem treinador, sem identidade e sem rumo.
Ednaldo foi reconduzido à presidência da entidade mediante decisão de caráter liminar concedida pelo ministro do STF, Gilmar Mendes. Demitiu o agora ex-treinador da seleção, Fernando Diniz, e já afirmou que quer Dorival Júnior para substituí-lo e o ex-atleta Filipe Luís para o cargo de diretor de seleções.
Aguardemos os próximos capítulos dessa novela…