Partindo do princípio de que a falta de conhecimento é o que sustenta a intolerância religiosa, “Menina Mojubá” coloca a existência de uma entidade de origem afro-brasileira no coração do debate, com o objetivo de questionar e desconstruir preconceitos. O espetáculo chega ao Teatro Glauce Rocha na sexta (8), às 19h, e segue com apresentações às sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h, até o dia 17. Os ingressos estão à venda, custando R$15 meia-entrada e R$30 inteira.
Com dramaturgia e atuação de Marcela Treze e direção de Gabriel Gama, o espetáculo revela a história de Menina, uma criança que cresceu na rua, conheceu as durezas da miséria, foi exposta a caminhos ilegais e esbarrou em um cortiço onde conheceu a maldade humana, mas Menina carregava em si uma força ancestral que a fez rainha no mundo espiritual. Sendo assim, ela busca garantir não só a própria sobrevivência, mas a de todos que são merecedores do seu amor.
“Menina Mojubá” tem o potencial de contribuir para o processo de desconstrução de preconceitos enraizados em relação às religiões de matriz africana, humanizando as entidades, como explica Marcela. “O espetáculo conta a história da pombagira de maneira empática, fazendo com que o pensamento imposto pela sociedade, muitas vezes demonizando este ser, se transforme em um novo olhar sobre essas entidades, criando uma relação mais humana e menos mistificada.”
A peça se destaca por incorporar elementos autênticos da ritualística de terreiro, como os sons vibrantes do tambor, o aroma envolvente das ervas, e os pontos cantados, proporcionando uma imersão completa aos espectadores. “O público é surpreendido ao entrar no espetáculo com o aroma das ervas e incensos depois de tomar uma cachaça branca para aguçar os sentidos, enquanto os músicos tocam para exu nos atabaques. Durante o espetáculo, são sete trocas de figurinos, dando vida e identidade aos personagens apresentados”, detalha a atriz.
“Menina Mojubá” já recebeu 17 Prêmios e 24 indicações e já circulou por diversos lugares, ressaltando não apenas a excelência artística do espetáculo, mas também sua capacidade de tocar em questões culturais profundas e urgentes. “Para nós, um grupo preto de axé, ter espaço para contar nossas histórias já é algo grande. Conseguir ser reconhecido, não só pelo trabalho artístico, mas pela beleza e força da trajetória de uma pombagira, é a sensação que estamos honrando a nossa ancestralidade”, destaca.
“Menina Mojubá” é um espetáculo essencialmente pautado na ancestralidade, sendo também um movimento de reconhecimento e valorização das entidades de matrizes africanas, muitas vezes mal compreendidas e estigmatizadas na sociedade. “Todos os dias antes de começar a apresentação, eu peço aos meus guias que entreguem aquilo que as pessoas buscam ali. Peço para que saiam encantados pela beleza de pombagira e certos que essa entidade transmite amor”, conclui.
SINOPSE
Uma criança brasileira cresce nas ruas e descobre carregar consigo uma força ancestral. Se torna uma pombagira após seu trágico falecimento, tornando-se uma figura poderosa no mundo espiritual, capaz de proteger e livrar todos que tenham caminhos semelhantes aos seus. A história entrega um verdadeiro presente ancestral, apresentando ao espectador os elementos de relevância da ritualística de terreiro: sons do tambor, o aroma das ervas e os pontos cantados. Assim são apresentadas as entidades e suas características de vestimenta e trejeitos, com dança, música e muita energia feminina, oferecendo ao espectador uma experiência única de teatro.
SERVIÇO
Local: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 – Centro, Rio de Janeiro – RJ)
Datas: 08, 09, 10, 15, 16 e 17 de março
Horários: Sextas-feiras e sábados às 19h e domingos às 18h.
Ingressos: R$15,00 meia-entrada e R$30,00 inteira.
Duração: 55min
Classificação: 10 anos
Link para adquirir o ingresso: Sympla
Rede social: instagram.com/menina.mojuba
FICHA TÉCNICA
Elenco: Marcela Treze e Gabriel Gama
Direção: Gabriel Gama
Dramaturgia: Marcela Treze
Direção Musical: César Lira
Figurino e Dir. movimento: Michael Alves
Preparação Corporal: Cátia Costa
Iluminação: Isabella Castro
Assist. de Iluminação e operador de luz: Junio Nascimento
Assist. de Produção: Veronica Treze
Operador de som: Pedro Treze
Designer UX: Rafaela Lira
Assessoria de Imprensa: Monteiro Assessoria de Imprensa