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O DR1 Viu: ‘Kung Fu Panda 4’, mais um caça níquel?

Nome filme do adorável panda guerreiro é mesmo ruim?

O quarto filme da franquia de sucesso da DreamWorks “Kung Fu Panda” está dando o que falar. Para  muitos fãs de longa data da série, o filme cai na “maldição do 4º filme”, isto é, uma peça desnecessária que não acrescenta em nada a franquia, sendo apenas mais um caça níquel cinematográfico.

Mas será que ‘Kung Fu Panda 4’ é isso mesmo?

Visão exagerada, talvez. Como todo filme que vem após uma trama e final memorável como a do antecessor, a película já carrega um certo desdém da crítica especializada, ao mesmo tempo que é aguardada por fãs carinhos. De um jeito ou de outro, a saga tem o preço devido ao carisma do protagonista, o atrapalhado e engraçadíssimo panda Po, que é dublado originalmente por Jack Black no original e Lúcio Mauro Filho nas terras brasileiras.

Neste novo capítulo da saga, Po está no seu auge como Dragão Guerreiro, defendendo o Vale da Paz de todo o tipo de malfeitor e está adorando isso. Porém, Mestre Shifu (Dustin Hoffman/ Leonardo Camillo) fiz que Po deve agora passar para o próximo nível: se tornar o Guia Espiritual do vale, assim como foi o Mestre Oogway. Po mal consegue ficar animado com a promoção: para isso, terá que abdicar do posto do Dragão Guerreiro e o passar para um sucessor à sua escolha, coisa que não quer.

Enquanto isso, um antigo e perigoso inimigo de Po reaparece provocando o terror: Tai Lung (Ian McShane/ Sérgio Fortuna), o vilão do primeiro filme. Preocupado em deter o discípulo rejeitado de Shifu o quanto antes, Po quer partir imediatamente, mas algo o atrapalha: a ladra raposa Zhen, personagem nova que é dublada pela atriz sino-coreana Awkwafina originalmente e pela atriz brasileira Danny Suzuki. Zhen causa uma grande confusão no Palácio de Jade e dá trabalho para Po a deter.

Quando finalmente consegue deter a ladra, o Dragão Guerreiro descobre que a misteriosa aparição de Tai Lung está ligada a misteriosa feiticeira metaforma Camaleoa (Viola Davis no original, Taís Araújo no Brasil) e precisa descobrir o que ela pretende. Como a vilã é de outra vila na qual Po não conhece, precisa da ajuda de Zhen, que nasceu no local para guiá-lo. Mesmo desconfiado, o panda aceita a ajuda da rebelde raposa e tenta treiná-la e ensiná-la boas lições durante a viagem.

Apesar da trama ser interessante, ela é bastante previsível: quem é calejado de roteiros de animação regados a “jornada do herói” já mata a história antes do final do primeiro ato. Não chega ser mistério o que personagens como Zhen trazem a trama. E nem por isso é uma personagem ruim: Zhem é divertida e carismática e a dublagem brasileira feita por Danny Suzuki é ótima. Faz uma boa dupla com Po.

A vilã Camaleoa é funcional e interessante, mas não chega a surpreender. Po a encara com tão bom humor que não passa a sensação de desafio arriscado como os vilões dos filmes anteriores. Aí, um dos grandes erros do quarto filme: assim como Tai Lung, Lorde Shen e Kai estão no filme, mas estão completamente mudos. Não falam uma palavra sequer.

Esse mesmo erro se repete com os Cinco Furiosos: Po os cita no começo do filme, dando “desculpas” para cada de seus amigos não estarem presentes para acompanhar nesta jornada. Eles só aparecem lá no final e apenas interagem brevemente com Zhen e Po, mas também estão mudos.

Esses dois exemplos são erros de roteiro que parecem preguiça por parte dos roteiristas ou que os mesmo não tiveram ideias melhores sobre como encaixar melhor esses personagens na trama. E os Cinco Furiosos, especialmente Tigresa, dividem o carisma da franquia com Po, fazem falta. Por mais que Zhen seja bem legal e carismática, é crua demais para suprir a falta de personagens carismáticos sozinha.

Tirando isso, Kung Fu Panda 4 não deixa de ser um filme muito divertido e leve, para todos os públicos verem. Há cenas hilárias e, no final das contas, é um bom filme. É puro entretenimento leve, ótimo para crianças. E ouvir a versão de “Baby, One More Time” cantada pelo Jack Black faz valer a pena!

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