O Nordeste brasileiro concentra alguns dos mais antigos sítios arqueológicos conhecidos do país, com datação superior a 40.000 anos atrás do presente. Na região que hoje corresponde ao estado de Pernambuco, foram identificados vestígios seguros de ocupação humana superior a 11.000 anos, nas regiões de Chã Caboclo (em Bom Jardim) e Furna de Estragos (em Brejo da Madre de Deus). Nesta região, foi descoberta uma importante necrópole pré-histórica, com 125 metros quadrados de área coberta, de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos em bom estado de conservação.
Dentre os grupos indígenas, que habitavam o estado, identificou-se a tradição cultural Itaparica, responsável pela confecção de artefatos líticos lascados há mais de 6.000 anos. No Agreste Pernambucano, conservam-se pinturas rupestres com datas aproximadas de 2.000 anos do presente, atribuídas à subtradição denominada Cariris Velhos. Na época da colonização portuguesa habitavam, no litoral, os índios Caetés e os Tabajaras, já desaparecidos. Nos brejos de altitude do estado, ainda, é possível encontrar grupos indígenas remanescentes das antigas tradições, como os Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em Floresta).
Em 1501, ano seguinte ao da chegada dos portugueses ao Brasil, o território de Pernambuco, definido, pelo Tratado de Tordesilhas, como região pertencente à América portuguesa. Foi explorada pela expedição de Gaspar Lemos que teria criado feitorias ao longo da costa. Foi a principal área de exploração do pau-brasil (ou pau-de-pernambuco, como era conhecido na França e Itália) no Novo Mundo. Em 1516 foi construído no litoral pernambucano o primeiro engenho de açúcar, na Feitoria de Itamaracá, administrado por Pero Capico, o primeiro governador das Partes do Brasil. Em 1526 já figuravam direitos sobre o açúcar de Pernambuco na Alfândega de Lisboa.
Em 1532, depois de uma tentativa frustrada de Bertrand d’Ornesan Barão de Blanchard, estabelecer uma porta de comércio em Pernambuco o Rei Dom João III, informado da missão, decidiu começar a colonização do Brasil, dividindo o território em Capitanias Hereditárias. O atual Estado de Pernambuco equivale à parte da Capitania de Pernambuco, doada pelo Rei em 10 de março de 1534 a Duarte Coelho e parte da Capitania de Itamaracá a Pero Lopes. Em 1535 Duarte Coelho toma posse da Capitania e em 1537 os povoados de Igarassu e Olinda, estabelecidos no início da chegada do donatário, foram elevados a Vila. Olinda recebeu o status de capital administrativa e seu porto, habitado por pescadores, deu origem à atual cidade do Recife.
As Vilas de Olinda e Igarassu, entre os primeiros núcleos de povoamento do Brasil, serviram de ponto de partida para as expedições desbravadoras do interior da capitania, lideradas por Jorge de Albuquerque. Duarte Coelho, por sua vez, tratou de instalar grandes engenhos de açúcar e incentivou o plantio de algodão. Em pouco tempo, a Capitania de Pernambuco se tornou a principal produtora de açúcar da colônia. Consequentemente, era também, a mais próspera e influente das Capitanias Hereditárias.
Surge em Pernambuco, o, protótipo de sociedade açucareira dos grandes latifundiários da cana-de-açúcar, que perdurará de forma majoritária nos dois séculos seguintes. A maior proximidade geográfica de Portugal, barateando o custo do transporte, a abundância do pau-brasil, o cultivo de algodão e os grandes investimentos do donatário na fundação de vilas e na pacificação dos índios foram fatores que ajudaram a explicar o progresso da Capitania. Por volta do início do século XVII a Capitania de Pernambuco era a maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo.
A Captura de Recife, também, conhecida como “Expedição Pernambucana de Lancaster” foi um episódio da guerra anglo-espanhola ocorrido no porto de Recife, liderada pelo Almirante inglês James Lancaster, foi a única expedição de corso da Inglaterra que teve como objetivo o Brasil e representou o mais rico butim da navegação de corso do período Elisabetano.
Invasão Holandesa em Pernambuco
Em 26 de dezembro de 1629, partiu do Cabo Verde, em direção a Pernambuco uma extraordinária esquadra com 67 navios e cerca de 7 mil homens, a maior já vista na colônia, sob o comando do Almirante Hendrick Lonck. Os holandeses desembarcaram na praia de Pau Amarelo, conquistaram a Capitania em fevereiro de 1630 e estabeleceram a Colônia Nova Holanda.
O Conde Maurício de Nassau desembarcou na Nova Holanda em 1637, acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesta época começa a construção de Mauritsstad (atual Recife), que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios, como o Palácio de Friburgo, sede do poder de Nassau na Nova Holanda que tinha um observatório astronômico, o primeiro farol e o primeiro jardim zoobotânico. Em fevereiro de 1643 o Recife (atualmente o bairro Recife) foi ligado à cidade Maurícia com a construção da primeira ponte de grande porte da América Latina. Durante o governo de Nassau Recife foi considerada a mais cosmopolita cidade da América e tinha a maior comunidade judaica de todo o continente, que construiu à época a primeira sinagoga do Novo Mundo, a Rahal Zur Israel e a segunda, a Margem Abraham. Foram, também, cunhadas na Nova Holanda as primeiras moedas, em solo brasileiro: os florins (em ouro) e os soldo (em prata) que continham a palavra Brasil.
Continua…