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Jamelão: o coração da verde e rosa

Por que Jamelão é considerado uma figura emblemática no Carnaval brasileiro?

José Clementino Bispo dos Santos, conhecido como Jamelão, foi um sambista da Estação Primeira de Mangueira. Muitos o reconhecem como o maior intérprete de sambas enredo da história do carnaval brasileiro.

Jamelão começou sua carreira musical nos anos 1940, trabalhando como crooner em gafieiras e clubes do Rio de Janeiro. Sua voz potente e seu estilo único logo chamaram a atenção, levando-o a se apresentar em rádios e programas de televisão.

Em 1949 Jamelão foi escolhido para ocupar o lugar – até então ocupado pelo grande sambista e compositor Xangô da Mangueira – na função de cantar os belos sambas enredos que animam os desfiles da escola. 

Como intérprete, tornou-se bicampeão logo em seus dois primeiros desfiles, faturando ao todo treze títulos, sendo quatro bicampeonatos, em 57 anos como intérprete (1949 – 2006). O último título da verde-e-rosa, em 2002, foi cantado por Jamelão, “Brazil com Z é para Cabra da Peste, Brasil com S é a Nação do Nordeste”. 

 Jamelão é considerado emblemático por sua contribuição inovadora ao Carnaval, especialmente pela introdução da amplificação sonora nos desfiles e por sua interpretação única dos sambas-enredo, que elevou o nível das apresentações.

Além de seu trabalho com a Mangueira, Jamelão teve uma prolífica carreira solo. Ele lançou vários álbuns ao longo de sua carreira, interpretando sambas-canções, boleros e outros estilos musicais. Sua voz marcante e interpretação emocional garantiram-lhe um lugar de destaque na música popular brasileira. Alguns de seus sucessos incluem “Folha Morta” e “Exaltação à Mangueira”.

Em 1998 ele conquistou seu sexto Estandarte de Ouro como Intérprete do carnaval carioca. No ano seguinte foi eleito o “Intérprete do século” do carnaval carioca. Em janeiro de 2001 Jamelão foi empossado Presidente de Honra da Estação Primeira de Mangueira, ao passo que em novembro do mesmo ano recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Cultural das mãos do então Presidente Fernando Henrique Cardoso. 

 Ele recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio Shell de Música, um dos mais prestigiados do país. Sua dedicação e paixão pelo samba fizeram dele um ícone cultural, tanto dentro quanto fora do Brasil.

Jamelão continuou ativo na música até seus últimos anos de vida. Ele faleceu no dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, no Rio de Janeiro. Seu legado permanece vivo para as novas gerações de sambistas e intérpretes.

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