Continuando nossa viagem pela história de Pernambuco…
Insurreição Pernambucana
Com a exoneração de Maurício de Nassau do governo da Capitania, pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais fez com que o povo se rebelasse contra o governo, num movimento denominado Insurreição Pernambucana. Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram um compromisso para lutar contra o domínio holandês, começava o contra-ataque à invasão holandesa. A primeira vitória importante dos insurretos ocorreu no monte das Tabocas (hoje localizada no Município de Vitória de Santo Antão), onde 1200 insurrectos mazombos armados de armas de fogo, paus e flechas derrotaram 1900 holandeses numa emboscada. O sucesso da emboscada deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas.
Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os holandeses começaram a sofrer com a falta de alimentos o que os levou a atacar plantações de mandioca nas Vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves humilharam e expulsaram os holandeses. Esse fato histórico consolidou-se com a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.
Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. A data da primeira batalha é considerada a origem do exército brasileiro.
Tomada à colônia holandesa os judeus receberam o prazo de 3 meses para partir ou se converterem ao catolicismo. Com medo da fogueira e da inquisição, quase todos deixaram o Recife e fugiram para Amsterdã e parte se estabeleceu em Nova York.
Devido à primeira guerra anglo-neerlandesa, a República Holandesa não pode auxiliar os holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os inglesas, a Holanda exige a devolução da colônia em maio de 1654, sob ameaça de uma nova invasão do Nordeste Brasileiro, Portugal firma um acordo com os holandeses e os indeniza com considerável soma em dinheiro e duas colônias: o Ceilão (atual Sri Lanka) e as ilhas Molucas (hoje parte da atual Indonésia). Em 06 de agosto de 1661, a Holanda cede, permanentemente, a região ao Império Português através da Paz de Haia.
Quilombo dos Palmares
Localizava-se na então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga, hoje pertencente ao Município alagoano de União dos Palmares. Foi o maior quilombo do período colonial. Em 1602 há relatos de sua existência e de envio de expedições pelo governador-mor da Capitania de Pernambuco para pôr fim ao aldeamento.
Sua população teria alcançado um número estimado entre 6 mil a 20 mil pessoas. Tanto pelas proporções como pela resistência prolongada, tornou-se o símbolo da resistência dos escravizados. Por quase 70 anos eles viveram com tranquilidade, podendo instalar em Palmares um tipo de estado africano, baseado na pequena propriedade e na policultura. Com o fim do domínio holandês, em Pernambuco, o quilombo passou a sofrer ataques de autoridades e fazendeiros que os viam como uma ameaça. A resistência dos negros durou muitos anos e a existência do quilombo prolongou-se por quase um século, tendo destacado entre seus líderes o rei Ganga Zumba e seu sucessor Zumbi, decapitado e sua cabeça exposta em praça publica em Recife.
Os movimentos nativistas e separatistas durante o período colonial
Conjuração de “Nosso Pai” (1666) A Capitania de Pernambuco lutava para reconstruir Olinda e Recife, ambas destruídas com as lutas contra os holandeses e a insatisfação dos senhores de engenho com a Coroa Portuguesa que nomeou um estranho, Jerônimo Mendonça Furtado, para governar a Capitania contrariando, assim, os interesses de muitos pernambucanos foram as causas do movimento.
Guerra dos Mascates (1710-1711) Comerciantes vindos de Portugal, chamados pejorativamente de “mascates”, estabeleceram-se em Recife, trazendo prosperidade à Vila. Tal desenvolvimento não foi bem visto pelos senhores de engenho, em dificuldades financeiras, na época. Foi um conflito entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses. Dai o nome Guerra dos Mascates.
Conspiração dos Suassunas (1801). Foi um projeto de revolta que se registrou em Olinda influenciado por ideias do Iluminismo e pela Revolução Francesa. Neste período foi fundada a primeira loja maçônica no Brasil. Areópago de Itambé.
Revolução Pernambucana (1817) Conhecida também como “Revolução dos Padres” . Movimento emancipacionista que estourou em março de 1817, na então Capitania de Pernambuco. Dentre as causas, destacam-se a influência das idéias iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém chegados ao Brasil. O Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para poder custear salários, comidas, roupas e festas da corte, o que dificultava o enfrentamento dos problemas locais e ocasionava no atraso dos salários dos soldados, gerando um grande descontentamento no povo pernambucano. Foi o único movimento emancipacionista que ultrapassou a fase de conspiração e atingiu o processo revolucionário de tomada de poder.
A Convenção de Beberibe (1821) foi responsável pela expulsão dos exércitos português do território pernambucano e considerada o primeiro episódio da Independência do Brasil.