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Projeto Mulheres Negras Curtindo a Vida

Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo apresentam:

Projeto Mulheres Negras Curtindo a Vida

 Vivências reais e cotidianas

O projeto Mulheres Negras Curtindo a Vida é uma iniciativa que convida mulheres negras a partilharem memórias alegres a partir de alguma experiência cotidiana. Idealizado pela artista e psicóloga Natasha Pasquini, a primeira ação será realizada no próximo dia 5 de julho, na Praça da Harmonia, na Gamboa, região Central do Rio de Janeiro. Também serão realizadas entrevistas com pessoas com deficiência visual  no CCO, dia 12 de julho. 

A atividade contempla uma performance a céu aberto que passará por quatro localidades, e a partir das entrevistas com essas mulheres será disponibilizado em um site textos, vídeos e composições sonoras para acesso aos resultados da pesquisa. O projeto foi contemplado no Edital Diversidades e Diálogo, da Lei Paulo Gustavo, elaborado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sesec)Além disso, Natasha também foi contemplada no edital de Mobilidade Cultural, da Fundação Palmares e viajará para o Rio Grande do Norte para dar continuidade à pesquisa em outro ambiente, com outras realidades. A produção é da eLabore.Kom.

A ação tem o objetivo de apoiar a disseminação e o registro da memória da negra e registrar os acontecimentos em 1ª pessoa, produzindo memória de uma perspectiva protagonista. Desta forma, serão captadas histórias em regiões da cidade do Rio de Janeiro como na chamada Pequena África, no Centro da Cidade, em Madureira e Tijuca, zona Norte do Rio, e em Realengo, zona Oeste da cidade.

Para Natasha, quando se fala em população negra, a memória tem um lugar simbólico que está relacionado à desfragmentação de sua própria existência. Segundo ela, as mulheres negras sofrem o apagamento de suas potências e, tradicionalmente, a história recontada é a de humilhação, escravização, animalização e coisificação.

“Na primeira etapa de construção da pesquisa eu pedia para as minhas amigas algum arquivo delas curtindo a vida e, de modo geral, elas sempre pareciam não entender de primeira o meu pedido, porque precisavam acessar uma memória interna muito soterrada. Mas quando eu perguntava sobre um caso de racismo que elas sofreram, a experiência da violência estava na ponta da língua, mais à flor da pele que as memórias alegres. Isso me pegou demais” afirma. 

Natasha explica que o apagamento das potências negras, principalmente das mulheres, faz parte do esquema colonial de poder/saber que estamos inseridos e o esquecimento é um sintoma desse projeto. Pensando nisso, Mulheres Negras Curtindo a Vida propõe, durante a conversa, três possibilidades para reativação das memórias. 

“O que chamo de ativadores da memória são materiais que, em sua composição, auxiliam o movimento de relembrar e elaborar através da fala os momentos de prazer e alegria vividos. Em Mulheres Negras Curtindo a Vida, uso três ativadores de memórias: óleo essencial de alecrim, quando estava triste minha avó me falava para tomar “chá de alegria” e faço essa ligação com a erva; semente de cacau, que tem propriedades que estimulam a produção de serotonina, hormônio da felicidade do bem-estar; e café, que está relacionado ao bate papo, do dia a dia, do relaxar”, explica. 

Após ouvir as histórias, em gesto de partilha, as participantes recebem ativadores de memórias alegres, como óleo essencial de alecrim e sementes de girassol para que exerçam o cuidado de si no movimento de germinar e florescer.

ACESSIBILIDADE

Pensando em uma forma de universalizar o acesso ao projeto, a organização vai disponibilizar intérprete de Libras  junto a mesa para pessoas com deficiência auditiva e que fazem uso da Língua de Sinais Brasileira para a tradução simultânea de suas histórias. Além disso, também haverá audiodescrição nas cenas gravadas e exibidas no produto final.

O projeto prevê em sua equipe técnica diversa e, majoritariamente, composta por mulheres pretas, o que garante que estas pessoas sejam inseridas em lugar de protagonismo e pertencimento, fomentando artistas e a cultura local. 

Através da contratação destes profissionais, a proposta garante que todas as etapas do projeto sejam inclusivas e acessíveis a todo o público. Essas ações não apenas eliminam as barreiras físicas e comunicacionais, mas também promovem uma cultura de respeito e igualdade, combatendo atitudes capacitistas e garantindo que todos os indivíduos tenham a oportunidade de participar plenamente desta experiência que é oferecida.

Como contrapartida, o projeto promoverá uma oficina com o tema “Consciência e expressão corporal através das artes da cena e práticas performativas”, realizada na Escola de Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sesec), localizada na Rua Jardim Botânico, 414 – Jardim Botânico, RJ. 

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