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 Rir ainda é o melhor remédio – Grupo Roda Gigante leva arte e palhaçaria para hospitais do Rio de Janeiro

Há comprovações científicas dos efeitos benéficos da palhaçaria nos hospitais: um levantamento publicado no The British trouxe resultados que apontam que a interação com os palhaços durante a internação de crianças e adolescentes ajuda no alívio de sintomas e melhora do bem-estar geral. Rir, portanto, ainda é o melhor remédio para a saúde física e mental dos pacientes e profissionais de saúde. Dentro dos ambientes hospitalares, o grupo Roda Gigante conecta a saúde com a arte e propõe experiências artísticas utilizando princípios da palhaçaria, técnicas teatrais, improvisos, música e canto, mágica, entre outras ferramentas, para promover encontros com pacientes e profissionais de saúde da rede pública, que muitas vezes têm contato com uma expressão artística pela primeira vez durante a interação com o grupo.
 

Em atuação há 15 anos nos hospitais do município do Rio de Janeiro, o grupo é formado por cinco integrantes com formações acadêmicas diversas e todos com especialização em palhaçaria. Como parte da celebração, está rodando com o espetáculo “Palhaços no Hospital”, semanalmente, no Hospital Federal de Bonsucesso, no Hospital Universitário Pedro Ernesto e no Hospital Municipal Salgado Filho. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura com o patrocínio da Viveo. “Para a gente, há uma máxima de que o palhaço só existe no encontro com o outro e de que o nosso trabalho vai demandar diretamente no encontro com a criança, com o profissional de saúde, com o acompanhante, com a pessoa da limpeza, da segurança. Independentemente do estado do paciente, a gente vai sempre na direção do que está saudável e potente, e isso traz uma sensação de alegria, de entusiasmo, e de poder no sentido da criação, de reinventar aquele espaço. Assim, um leito pode virar uma praia, uma pista de dança, uma enfermaria inteira pode virar um grande salão de dança, e a gente se prepara para, de alguma forma, promover a potência desses encontros”, ressaltou Kadu Garcia, um dos integrantes do grupo.
 

Para Denise Herdy, diretora e vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), a atuação dos palhaços do Roda Gigante nos ambientes hospitalares é fundamental por estar alinhado à Política de Humanização do SUS. “O trabalho dos artistas que levam a palhaçaria aos hospitais se integra à proposta do Sistema Único de Saúde pois atende aos seus princípios fundamentais: a integralidade – a ação do palhaço não considera em sua relevância inicial a doença e sim a pessoa que se encontra em cuidados hospitalares ou ambulatoriais. Para o palhaço não importa a síndrome A, B ou C. Qualquer que seja o sintoma, o diagnóstico, a interação palhaço-criança-família-profissional-instituição encontram sentido no resgate da parte sã que se contrapõe à parte adoecida; a equidade – para estar disponível para oferecer ao outro o que ele precisa e não o que estamos dispostos a dar. Na arte do palhaço este é o princípio da interação: identificar os espaços abertos que facilitem o acesso e permitam o vínculo; e a universalidade – todos têm acesso ao palhaço independentemente da especialidade em que se cuidam ou que sabem cuidar”.

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