Nossa história de colonização teve parte dela escrita ao longo e através de caminhos que envolve desde a expulsão de índios nativos de suas terras, ao transporte do ouro, ao estabelecimento da cultura do café, ao surgimento e enriquecimento das famílias dos “Barões do Café”e as modificações sócio econômicas e culturais pela qual passou esta região. Caminhos que tiveram grande importância na formação de povoados, pelo desenvolvimento da nossa região e pelos quais, passavam tropeiros e tantos outros viajantes, estrangeiros, comerciantes, escritores, naturalistas e aventureiros, todos impulsionados pelos mais diferentes motivos.
A Fazenda Monte Alegre foi desde do ano de 1855 residência oficial do Barão de Paty do Alferes, Francisco Peixoto de Lacerda Werneck que dominou,por mais de dois séculos, parte das terras da “Serra Acima” como era conhecida a região. Não se tem registro de quem a construiu, sabe-se , apenas, que o Barão a transformou, além de sua moradia, em um grande centro de negócios, graças a sua localização e por suas instalações. Segundo registros históricos a fazenda contava com profissionais especializados (sapateiros, lavadeiras, carpinteiros, enfermeiros, etc…), chegando a ter cerca de 200 escravos trabalhando. A propriedade além da casa sede com oratório próprio possuía um engenho de farinha, moinho, senzala, serraria, olaria, canavial, cafezal, armazém de café e enfermaria para os escravos. No interior da casa grande a mobilia era de mogno, de jacaranda, de cedro e de peroba. As louças eram originárias da Índia e algumas delas traziam o brasão de família, além de outros objetos de luxo que o Ciclo do Café proporcionou aos seus barões.
Porém com o esgotamento da terra para o plantio do café e a abolição da escravatura a história foi, para a família Werneck a grande derrota que tiveram que enfrentar. Empobrecidos, a família foi obrigada a deixar a fazenda em 1911.
Desta data em diante a fazenda passou por vários proprietários até que, finalmente, foi adquirida pela Prefeitura de Paty de Alferes, na gestão do Prefeito Juninho Bernardes e de seu Vice-Prefeito Arlindo Rosa de Azevedo, na expectativa de que a fazenda, rica em sua herança histórica, se transformasse em um grande centro de lazer, cultural e de educação.
A Fazenda Monte Alegre passou por uma série de intervenções, com o objetivo de restaurar e recuperar a casa grande e seu entorno. Os atuais jardins foram implantados pelos paisagistas José Tabacow e Cintia Chamas e abrigam esculturas da Sra Lúcia Miguel Pereira. Uma área de pouco mais de 120 mil metros quadrados, localizados no Município de Paty do Alferes, de grande riqueza arquitetônica, botânica e histórica.
A Fazenda Monte Alegre abre suas portas aos finais de semana e feriados, mediante agendamento pelo tel. Os visitantes são acolhidos por uma equipe simpática e bastante capacitada que irão conduzi-los em uma fascinante viagem pela rica história da nossa região, o “Vale do Café”.
O Jornal DR 1 agradece ao Sr. João Pedro Salgatti e toda a sua equipe pela acolhida e informações cedidas por ocasião de nossa visita a Fazenda Monte Alegre e parabeniza ao Prefeito Juninho Bernardes, seu vice-prefeito Arlindo Rosa Azevedo e toda a sua equipe pela brilhante iniciativa.
