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Arte Negra e Periférica em Foco: Paralela.22 Exibe Obras de Artistas da Baixada Fluminense

Termina neste sábado (19/10) evento gratuito que reúne 32 artistas em mais de 70 obras que exploram temas como ancestralidade, resistência e a força da cultura suburbana.

A terceira edição da exposição “Paralela.22: Beberagens Para Sustento da Ancestralidade em Tempos Contemporâneos” chega ao Galpão 808, na Zona Norte do Rio, até 19 de outubro, com entrada franca. Mais do que uma mostra de arte, o evento é um grito de representatividade, reunindo 32 artistas em mais de 70 obras que exploram temas como ancestralidade, resistência e a força da cultura suburbana, não só celebrando a arte negra e periférica como também reafirmando a importância das vozes da Baixada Fluminense no cenário artístico contemporâneo.
Com curadoria, ou melhor, curandeiria de Junior Negão, a partir das beberagens de Andrea Mendes e a proposta de “contrapor o longe” de Keyna Eleison, a exposição aprofunda a pesquisa sobre as “Insurgências Suburbanas”, convidando o público a refletir a respeito da arte a partir da perspectiva suburbana e periférica, ressaltando a importância da representatividade e gerando impacto positivo e inclusivo na cena artística fora dos centros. A diversidade e a pluralidade da seleção de artistas reflete essa representatividade, com vozes negras, indígenas, periféricas e LGBTQIAP+, destacando a importância da representatividade e gerando um impacto positivo na cena artística fora dos centros tradicionais.

Artistas da Baixada em destaque

Dos 32 artistas, de diferentes lugares do Rio de Janeiro e de outros estados, destacam-se os da Baixada Fluminense:

Lucas Finonho é graduando em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e também já frequentou cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Participou de diversas exposições institucionais coletivas e realizou sua primeira exposição individual no MAR. Reconhecido pela juventude e pelos coletivos culturais da Baixada, foi premiado com a melhor pintura do ano no Prêmio BIC 2023.
Goomes é um artista visual carioca, natural de Duque de Caxias. Frequentar o Centro do Rio de Janeiro despertou nele uma nova atenção para as pessoas no ambiente urbano, o que inspirou seu interesse em fotografar essas cenas. A fotografia foi o ponto de partida, permitindo-lhe explorar diferentes caminhos e perspectivas. Essa experiência lhe deu a confiança necessária para experimentar a pintura. Imerso nos estudos de aquarela, guache e óleo, Goomes conseguiu finalmente transpor suas ideias e emoções para o papel e as telas.

Juan Calvet, artista de 25 anos, cria de Mesquita, Baixada Fluminense, e com raízes em Unamar, Cabo Frio, é um multi-artista que usa sua arte como expressão pessoal, com grande destaque. Desde pequeno, sentiu a falta de representação e acesso à cultura nas regiões onde viveu, o que o levou a colocar sua cor e as vivências de sua área em cada trabalho que realiza.

Mayra Carvalho é artista visual e pesquisadora contracolonial, nascida na Baixada Fluminense. Sua pesquisa explora a força e as confluências dos rios flutuantes como transmissores de mensagens. Seus trabalhos abordam a cosmopercepção, ancestralidade e saberes, refletindo sobre como os ritmos naturais, ritos e fluxos de ventos, rios e terras se entrelaçam com as forças espirituais de sua etnia.

Suellen Duduwa, nascida em São João de Meriti em 1990, cresceu na comunidade Chico Mendes e atualmente reside em São Paulo. Autodidata desde a infância, desenvolveu sua paixão pela arte através da internet. Em 2021, transformou essa paixão em profissão, especializando-se em escultura e pintura a óleo. Seu despertar artístico ocorreu aos 14 anos com um prêmio de ilustração. Durante a pandemia, dedicou-se à valorização da arte afro-brasileira, resgatando narrativas ancestrais e desafiando visões eurocêntricas. Suas obras abordam questões sociais e culturais, destacando sua participação em exposições internacionais, como no Consulado Geral de Angola e no Museu Nacional do Louvre, em Paris.

Democratizando a Arte

O Galpão 808, berço da Paralela.22, é mais do que uma galeria. É um espaço de expressão e empoderamento, nascido da necessidade de fomentar cultura e arte para o subúrbio. O curandeiro Junior Negão explica o intuito desse espaço:

“Paralela.22 é uma exposição anual produzida pelo Ghetto Coletiv, e acontece no Galpão 808, espaço que surgiu para democratizar o acesso à cultura e como opção de lazer para a comunidade. Nasce da falta territorial de alguns aspectos, como cultura e arte, e da falta de lugares e coletivos para se expressar com capacidade de desenvolver potências femininas, potências pretas, potências suburbanas. O propósito do Ghetto é dar conta dessa visibilidade, de tantas potências, é dar visibilidade a tantos saberes que formam uma rede muito potente, que a academia não vai dar conta, que a tradicionalidade não vai dar conta, que o eurocentrismo não vai dar conta, tá ligado, essa grande egrégora. Então quando a gente pensa no Ghetto, a gente pensa em olhar realmente o subúrbio e a potência dele.”

Para retirar ingresso gratuito, acesse: https://www.sympla.com.br/expo-paralela22-ano-24—terceira-edicao__2656702 

Serviço:

Exposição Paralela.22 ano 24 “Beberagens para sustento da ancestralidade em tempos contemporâneos”

Data: Até 19 de outubro de 2024

Local: Galpão 808, Rua Arquias Cordeiro, 808, Zona Norte, Rio de Janeiro

Entrada Gratuita

Classificação: Livre

Local: Galpão 808, Rua Arquias Cordeiro, 808, Zona Norte, Rio de Janeiro

Horários de visitação: Terça a sexta: 11h às 17h / Sábado: 11h às 14h

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