O nordestino que influenciou a MPB com seu ritmo contagiante
O Brasil também tem seu Rei do Ritmo: Jackson do Pandeiro, um dos precursores da cultura nordestina na música nacional. Nascido em 31 de agosto de 1919, em Alagoa Grande, Paraíba, José Gomes Filho – seu verdadeiro nome – trabalhava na roça e sonhava ter um pandeiro. Essa vontade não era à toa, já que sua infância foi marcada pelas cantorias de coco de sua mãe, Flora Mourão. Ao mudar-se para Campina Grande com sua família, passou a tocar percussão com bandas regionais nas noites do Cassino Eldorado. Nos anos 1940, já conhecido na Paraíba, passou a morar em João Pessoa, integrando a Orquestra Tabajara. Com a bagagem como percussionista já consolidada, Jackson chegou ao Recife como um ritmista profissional e reconhecido por seu jeito com o pandeiro e, em 1955, lançou seu primeiro álbum: Jackson do Pandeiro.
O nome Jackson veio de seu contato com o cinema mudo, pois via que boa parte dos artistas internacionais chamavam-se Jack. Com o desejo de se tornar artista também, nomeou-se Jack, quando criança, o que desagradou extremamente a mãe. Mas seu apelido adentrou no ambiente musical e logo seus colegas passaram a chamá-lo de Zé Jack, passando para Jack e, finalmente, Jackson.
O sucesso de suas músicas e seu jeito de tocar rendeu a Jackson, no final dos anos 1970, milhões de exemplares de discos vendidos e o reconhecimento de artistas do Brasil todo, especialmente dos tropicalistas. Sua originalidade se define pela difusão de ritmos como coco, baião, marchinha, samba, samba-de-breque, forró e frevo. Assim, o “forró jacksoniano” tornou-se resultado do diálogo entre esses ritmos, e sua música significou uma fusão entre a cultura tradicional do Nordeste e gêneros do Sudeste.
Depois de participar de programas em duas rádios importantes (a Mayrink Veiga e a Tupi), Jackson acabou por ser contratado pela Rádio Nacional.Vivendo no Rio de Janeiro (para onde se mudou em 1954), foi ganhando fama com a música Forró em Limoeiro.Jackson também participou, durante a década de 50, de uma série de filmes ao lado da sua então companheira Almira.Assim como Luiz Gonzaga, Jackson serviu de influência para artistas da MPB, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Alceu Valença, Lenine, Bethânia, entre outros.
As canções mais tocadas de Jackson do Pandeiro são:
- Sebastiana
- Forró em Limoeiro
- Chiclete com Banana
- Quem não chora não mama
- Xote de Copacabana
- Capoeira mata um
- O canto da Ema
- Tem pouca diferença
- A cantiga do Sapo
- Um a um
- Cantiga da perua
- Cabeça feita
- Casaca de couro
- Na base da chinela
- Aquilo bom
- Papagaio do futuro