Entre os dias 5 de novembro e 8 de dezembro, serão realizadas no Centro Cultural Justiça Federal 10 atividades que celebram a diversidade e a riqueza da cultura negra no país
Na busca por valorizar as tradições afro-brasileiras e conscientizar a sociedade sobre a importância da igualdade racial, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), promove a “Mostra Cultural Consciência Negra” que acontece entre os dias 5 de novembro e 8 de dezembro em vários espaços do CCJF. O evento, que celebra a diversidade, a potência e a riqueza da cultura negra, contará com teatro, programa de auditório, palestras, oficinas e cinema. As atividades, ministradas por artistas e intelectuais negros, visam não apenas suscitar o diálogo sobre questões raciais, identidade e resistência, mas também convidar o público a refletir sobre a história e a cultura afro-brasileira. “A mostra nasce de uma necessidade urgente de darmos visibilidade às produções culturais negras e de ampliarmos o debate sobre questões raciais, como a desigualdade e o racismo estrutural presente hoje na nossa sociedade. A ideia surgiu da percepção de que, apesar de todo o legado da cultura negra em nosso país, ainda há muito caminho a ser percorrido em termos de reconhecimento e valorização”, ressalta Thays Acaiabe, servidora do setor CineTeatro do CCJF e uma das responsáveis pelo evento. “Esperamos que a mostra sensibilize e inspire o público a participar ativamente dessa luta por uma sociedade mais inclusiva e igualitária”, completa Thays.
Simone Schreiber, desembargadora do Tribunal Regional 2ª Região (TRF2) e diretora-geral do CCJF, destaca que o principal propósito do CCJF é dar visibilidade às pautas de concretização de direitos fundamentais na sociedade brasileira por meio de atividades artísticas e culturais. “Nesse sentido, recebemos com muita alegria a Mostra Cultural Consciência Negra, pois não há nada mais urgente e necessário do que a luta antirracista no Brasil hoje”, reforça a diretora-geral.
Para abrir a programação da mostra, no dia 5 de novembro, na antessala do cinema do CCJF, ficarão expostas duas esculturas, com projeções de imagens captadas por câmera de inteligência artificial. A exposição Por trás das Câmeras é um prenúncio para 22 de novembro, dia que será realizado um cine debate com os curtas “Toda câmera de reconhecimento facial tem um pouco de navio negreiro” e “Sorria, você está sendo vigiado”. O evento provoca uma reflexão sobre o uso crescente de tecnologias de vigilância no Brasil, especialmente o reconhecimento facial, que tem mostrado resultados alarmantes em relação à população negra. Já no dia 8 de novembro, o CCJF exibe o filme Caminhos de Esperança, de Soraia Arnoni, em comemoração ao mês da carta escrita, em 1770, por Esperança Garcia, mulher escravizada no interior do Piauí que lutou contra a violência e pelo direito de professar a sua fé.
No mesmo dia, estreia a peça Perigosas Damas que exalta a liberdade ao resgatar histórias do início do sistema prisional feminino no Brasil, quando mulheres eram encarceradas em manicômios, conventos e sistemas prisionais por inúmeros motivos preconceituosos. A obra, que fica no Teatro do CCJF até 8 de dezembro, é baseada no livro “História de um silêncio eloquente” de Thaís Dumêt e conta com versões em rap de poemas de Elisa Lucinda que abrem portas para a reflexão sobre a igualdade de gênero. Dia 10 de novembro, a Trilha do Afrocuidado — que vai oferecer atividades (gratuitas e pagas) como massoterapia, tranças e barbeiro express, tarot, foto digital, oficinas e contação de histórias para crianças, rodada de negócios para afroempreendedores e roda de samba —, propõe celebrar os corpos negros e agradecer aos ancestrais que deixaram como herança saberes e práticas singulares que ajudam a trazer bem-estar e tratar questões biopsicossociais individuais e coletivas.
Entre os dias 15 e 17 de novembro será a vez do espetáculo Luiz Gama: Uma voz pela liberdade se apresentar nos palcos do CCJF. A peça conta a história de um advogado negro que viveu entre 1830 e 1882, sofrendo todas as mazelas de uma época em que a cor era sinônimo de servidão. A “Mostra Cultural Consciência Negra” trará ainda, no dia 20 de novembro, o Sarau Eu sinto Julho, apresentado por Dandara Zainabo, mulher trans, negra, poetisa, escritora e autora do livro “Eu Sinto Julho”, e a pré-estreia, do filme Coroas, de Marcio Coutinho, fotógrafo, cineasta e videomaker. Além disso, a programação também inclui o encontro Cine Samba, que exibirá o documentário “Matéria Prima: samba”, seguido de debate e show de grandes músicos e compositores, o programa de auditório Usando a Língua na Cultne TV, ambos a serem realizados no dia 26 de novembro, e o espetáculo infanto-juvenil O Menino Omulu, que fica em cartaz do dia 30 de novembro a 8 de dezembro.
SERVIÇO:
Mostra Cultural Consciência Negra
Data: de 5/11 a 8/12/2024
Horários, classificações indicativas, valores e locais: conforme programação.