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Deleite Linguístico: Em que ou onde: como decidir?

Em todos os lugares por onde passo, estou atenta às produções escritas. E, por vezes, deparo-me com exemplos que seleciono para ilustrar a confusão que usuários da língua ainda fazem em certas colocações em que basta se fazer uma análise dos termos usados. O caso de hoje é a dúvida entre empregar “em que” ou “onde”. Isso sem falar do “aonde”, gerador de muitos deslizes ortográficos. Mas vamos por partes! Afinal, eu sei aonde quero levar vocês, meus ilustres passageiros das variadas estações gramaticais de nossa “Última flor do Lácio inculta e bela”! 

Para explicar esse conceito, preciso que tenham em mente que construímos períodos em que não cabem repetições de um mesmo elemento (Isso quando já temos um certa idade, é claro). Observem este caso: “O lugar é perigoso. Quero chegar ao lugar com segurança.” Não seria melhor unirmos os dois períodos, criando um só por meio de uma simples substituição? Que tal assim: “O lugar aonde quero chegar com segurança é perigoso”. O detalhe é que fazemos intuitivamente essas conexões sem termos ciência da beleza que se encontra por trás dessa costura, nomeada “coesão ”.  Sendo assim, quando queremos retomar um termo sem repeti-lo, ou seja, quando fazemos coesão referencial anafórica, cabe-nos ter atenção ao elemento alvo da retomada. Observem: O hospital onde nasci está desativado. A fim de retomar o termo “hospital”, eu substituo-o pelo pronome relativo “onde”. Já sei que alguns me perguntarão: – Por que não usar “em que” ou “aonde”? A resposta necessita de um raciocínio célere. O alvo da retomada é “hospital”, que se refere a um lugar / espaço físico. Feito isso, só posso empregar “onde”. Estou enfrentando uma situação onde me encontro injustiçada. Aqui jaz o problema! Analisando o termo retomado, deparamo-nos com “situação”, que não indica um lugar. Isso faz com que o pronome relativo “onde” ceda lugar para “em que”. Assim, resolvem-se diversos empregos equivocados com os quais me deparo. Meus caros leitores, não mais derrapem nesse contexto, em que basta verificar se está se fazendo retomada de um lugar/espaço. Se sua resposta for positiva, tasque sem dó nem piedade o bendito “onde”. Caso contrário, troque-o por “em que”. Perceberam como é simples a análise? Por isso não aceito que se façam tantas reclamações ao nosso idioma!

“sim” Esse raciocínio precisa ser feito por todos nós, que temos a língua portuguesa como língua materna! Como?

A explicação é simples: aonde você quer chegar, amiga? Onde está não é confortável, logo a solução é 

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