Especialistas apontam que atividades físicas adaptadas são uma ferramenta poderosa para melhorar a comunicação, a interação social e o comportamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O exercício físico adaptado vem se destacando como um aliado importante no desenvolvimento de pessoas autistas. Mais do que promover saúde e bem-estar, ele estimula habilidades sociais, cognitivas e comunicativas, ampliando a autonomia e a qualidade de vida.
Pesquisas indicam que crianças no espectro têm 60% menos probabilidade de praticar atividades físicas regularmente e 72% mais risco de obesidade em relação a crianças neurotípicas.
“Profissionais de Educação Física com formação em atividade adaptada são essenciais, pois sabem ajustar os exercícios às necessidades individuais e compreender o ambiente e a comunicação de cada aluno”, explica o Dr. Sérgio Machado, neurocientista, analista do comportamento e PhD em Saúde Mental pelo IPUB/UFRJ e também sócio-fundador do Instituto Neurodiversidade.
Ambientes muito estimulantes, como academias, e dificuldades motoras ou sociais são algumas das barreiras que afastam pessoas autistas do exercício. Modalidades como natação, equoterapia, ioga e artes marciais têm mostrado resultados positivos na regulação emocional, no controle da ansiedade e na melhora da comunicação.
“Incluir pessoas autistas em programas de atividade física não é um luxo, é uma necessidade de saúde pública. Exige profissionais capacitados, ambientes acessíveis e uma mudança de olhar da sociedade. É através do movimento que se constroem pontes para a comunicação, a autonomia e o bem-estar”, finaliza afirma o professor João Lucas Lima, doutorando em Educação pela PUC RJ, especialista em Transtorno do Espectro Autista e sócio-fundador do Instituto Neurodiversidade.
Mais do que movimento, o exercício é a inclusão. Investir em programas adaptados é garantir acesso à saúde, à convivência e à participação plena na sociedade.