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A corrupção é a essência da impunidade

 

O corrupto sabe que não será punido com prisões e confiscos de seus bens. A essência da corrupção é a certeza da impunidade. A corrupção é um câncer difícil de ser extirpado, pois os corruptos se protegem nas leis, que são manipuladas de acordo com os interesses dos juízes dos tribunais.

O político que rouba não vai preso e, quando vai,  será liberado por um  habeas corpus. Quando muito, vai para prisão domiciliar e tem que usar uma tornozeleira eletrônica. O Rio de Janeiro não merece isso. A cidade mundialmente conhecida tem sua imagem severamente desgastada com a corrupção que envolveu cinco ex-governadores e agora um prefeito.

A população carioca sofrida com uma pandemia que vem contaminando e fazendo centenas de óbitos, tem sido agravada com a pandemia da corrupção.

Segundo dados veiculados na grande imprensa, o prefeito Marcelo Crivella é líder de uma organização criminosa que desviou cerca de R$ 53,7 milhões da administração pública. O desvio de recursos financeiros atingiu, como sempre, o setor da saúde, um dos principais setores carentes da administração pública. E o setor que deveria prestar um atendimento de excelência à população carioca.

Todos os ex-governadores e agora o atual prefeito desviaram recursos financeiros do sistema precário que mais atende a população, que é o da Saúde. No caso da prefeitura, onde estão os vereadores, que tem côo prerrogativa fiscalizar as ações do prefeito? Nunca é tarde para lembrar que, por duas ocasiões, essa bancada de vereadores salvou o prefeito de ser cassado por improbidade administrativa.

A Câmara de Vereadores tem que ser responsabilizada também por negligenciar ou não exercer a fiscalização severa sobre as contas da prefeitura e os atos do prefeito. Todos são responsáveis. Lamentavelmente, a impunidade é sinônimo de corrupção. Enquanto houver impunidade, enquanto o Poder Judiciário se mantiver inerte, ao não punir exemplarmente os corruptos e a corrupção dos maus políticos e empresários, nada vai mudar.

Queremos que os malfeitores estejam presos e seus bens confiscados em prol de toda sociedade. É o mínimo que se espera do nosso Poder Judiciário.

*Carlos Augusto (Carlão)

Sindicalista, advogado e jornalista – MTb 38577RJ

Foto: Reprodução TV

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