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A necessidade de reconstrução do Rio ou o óbvio mais do que ululante

Foto: Pixabay

No final da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a França estavam falidos. A quase falência dessas economias, a propósito, foi o principal motivo para o fim dos impérios britânico e francês no mundo e, em especial, na região da África e no Pacífico.
Logo após o final do conflito e durante o início da década de cinquenta do século passado, o Reino Unido fez um estudo de custos com relação à sua marinha de guerra. Chegaram à conclusão de que três parafusos de ferro eram mais baratos do que um de aço e que os navios deviam ser construídos para um período de serviço ativo menor do que em outras Marinhas (vinte ou vinte e cinco anos no máximo). E por quê?
Custos, obviamente. Por força da evolução do desenho naval, não havia sentido em construir-se navios para durar cinquenta anos, como a Marinha norte-americana costumava fazer. Navios mais baratos iriam durar menos, mas isso iria manter os estaleiros navais da querida Albion ativos e sua mão de obra continuamente treinada. E o que isso tem a ver com o Rio de Janeiro?
Diversas vezes, aqui, já falei sobre a necessidade de reconstrução do Rio de Janeiro. Entre as vantagens, isso irá movimentar a economia como um todo e tirar nosso estado e o país desse marasmo eterno, em berço esplêndido.
Para além das óbvias vantagens supracitadas, como um navio ou uma Marinha, qualquer cidade demanda uma construção ou reconstrução permanente. E, como qualquer navio, o mesmo só terá futuro se contar com uma boa tripulação e um bom treinamento contra avarias e fogo, por exemplo.
E o principal: um ótimo capitão. Um navio jamais chegará a lugar algum se não tiver um ótimo capitão, treinado para o imponderável. Um bom capitão reage ao anormal, embora tenha sido treinado para o comum.
Nosso prefeito é o supremo exemplo de uma população altamente incompetente, pois, afinal, foi ela que o elegeu. Nossa cidade deveria não apenas fazer uma manutenção constante em bueiros, ralos e ruas, mas investir em obras de manutenção constante em rios, riachos, canais e lagoas para evitar o assoreamento dos mesmos.
O combate ao desmatamento, às favelas, à poluição, dentre outras mazelas, tem sido denunciado pelos eruditos desde o século dezenove. Contudo, continuamos a nos preocupar mais com Carnaval e futebol do que com uma política de saneamento básico e erradicação de construções irregulares.
Muitos veem os presságios de forma errada. Na antiguidade, a função dos oráculos, profetisas e vudus, dentre outros, não era necessariamente acertar, mas antes advertir. Como uma cartomante dos dias atuais ou um oráculo da antiguidade, sugiro apenas o seguinte: devemos investir nossos parcos recursos no essencial, que protegerá vidas em nossa cidade. Senão essas tragédias irão se repetir e repetir!

Ignácio de Holanda Cavalcanti

Advogado

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