O governador Wilson Witzel (PSC) anunciou, no dia 13 de setembro, que poderá retomar as obras da Linha 4 do metrô até a Gávea. Uma semana antes ele havia dito que iria aterrar a estrutura escavada. Para fazer a extensão e terminar a estação, seria utilizado dinheiro dos recursos apreendidos da Operação Lava Jato, que podem chegar a até R$ 1 bilhão. Segundo o governador, sem essa liberação de verba pela Justiça Federal não haveria como concluir a empreitada.
Ainda não está garantida a vinda dessa grana. No entanto, mostra-se acertada a vontade de ir adiante nesse imenso canteiro de obras do Metrô. Para isso, foi fundamental a mobilização da sociedade, que cobrou essa postura, já que a ideia inicial do governador era de aterramento do local da obra, o que custaria de R$ 20 milhões a R$ 40 milhões aos cofres públicos. Se assim fosse, estaria enterrando ainda mais o dinheiro do contribuinte. Seria a solução mais barata, mas não a melhor, pois privaria a população de uma opção de transporte público que se faz necessária em meio ao caos do trânsito carioca.
Nesse viés, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou, em 11 de setembro, uma ação civil pública para que o governador retome as obras, em base a um laudo técnico produzido pela PUC-Rio, onde se constata que, caso isso não aconteça, a obra pode entrar em colapso, colocando em risco a segurança no entorno e vidas de pessoas. Essa ação pública do MPRJ anula outra ação, movida pelo próprio órgão, que impedia que o Estado do Rio voltasse a aplicar verbas na conclusão da Estação Gávea.
Inicialmente, a obra era de responsabilidade da concessionária Rio Barra, formada por empresas dos grupos Carioca, Odebrecht e Queiroz Galvão. Porém, o MPRJ impediu que o Estado fizesse novos repasses ao consórcio, uma vez que foi verificado superfaturamento na obra − em um primeiro momento, o Estado aplicaria R$ 1,19 bilhão na obra. No entanto, segundo o MP, mais de R$ 9 bilhões saíram dos cofres públicos. Agora, segundo o órgão, o trabalho de conclusão não poderá ultrapassar os R$ 705 milhões.
O drama da Linha 4 do Metrô parece caminhar para um desfecho plausível. Mas isso só o tempo e a boa vontade das autoridades é que poderão assegurar.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil