A Segunda Guerra Mundial, foi o maior conflito bélico da história da Humanidade, durando de 1939 a 1945, envolvendo 72 países e deixando um saldo devastador de mais de 60 milhões de mortos.
A luta contra as agressões e o totalitarismo da Alemanha nazista, da Itália fascista e do Japão imperial, mobilizaram as forças armadas dos países Aliados (EUA, Grã-Bretanha, URSS, entre outros) e até mesmo a resistência dos civis nos países invadidos pelos exércitos do Eixo Berlim-Roma-Tóquio
E o Brasil teve uma participação importante na luta contra o nazifascismo e o imperialismo. Depois de ter 36 navios mercantes e de passageiros torpedeados por submarinos alemães na costa do Brasil, o país declara guerra à Alemanha, Itália e Japão em 1942. E em 9 de agosto de 1943, há 80 anos, foi criada a Força Expedicionária Brasileira, popularmente conhecida como FEB, que mobilizou mais de 25 mil soldados entre homes e mulheres (do Corpo de Enfermeiras) que lutaram no front italiano entre 1944-45 obtendo importantes vitórias como Monte Castelo, Montese, Castelnuovo entre outras. Além das conquistas, a coragem e a bravura destes militares cobraram seu preço nos mais de 1300 feridos e nos 467 mortos, heróis que hoje repousam no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro.
Mas as páginas da atuação da FEB nos campos de batalha não foram escritas apenas com sangue, suor e lágrimas, mas também com papel e tinta!
Essa história pouco conhecida é contada no livro “Jornal Zé Carioca: Publicação da FEB na Segunda Guerra Mundial”, lançado recentemente e que traz todas as 166 edições do jornal produzido pelos próprios soldados da FEB durante a campanha da Itália, revelando uma visão íntima e autêntica dos desafios, das aspirações e das vivências desses combatentes.
O título do jornal foi inspirado no personagem de mesmo nome, o simpático papagaio “Zé Carioca’’, criado por Walt Disney como uma ferramenta de aproximação EUA-Brasil na época da Segunda Guerra e que apareceu pela primeira vez no filme “Alô Amigos” em 1942.
Através das reportagens, ilustrações, relatos e até poesias redigidas pelos próprios “pracinhas” para este jornal, o livro proporciona uma imersão profunda nos sentimentos, nas condições enfrentadas no front de batalha e também nos poucos momentos de descanso e lazer.
Organizado pelo pesquisador da FEB, Marcos Renault com a colaboração da professora e museóloga Silmara Küster, do também pesquisador Igor Luiz de Paula e publicado pela Biblioteca do Exército (BIBLIEx), o livro “Jornal Zé Carioca: Publicação da FEB na Segunda Guerra Mundial’’ serve não só como instrumento de pesquisa para historiadores e jornalistas mas também homenagem aos bravos soldados que enfrentaram condições adversas para lutar pela paz e pela democracia. E garante ainda que as gerações atuais e futuras tenham acesso ao conhecimento sobre um dos momentos mais importantes e heróicos da História do Brasil.
