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Aluno da rede municipal de Campinas com epilepsia conta com apoio de cão de serviço

A cadela Lady atua como animal de suporte emocional para estudante e virou mascote da escola


Se o cachorro é o melhor amigo do homem, essa máxima pode ser comprovada pela amizade entre o estudante Nycolas Lopes Leite, de 16 anos, e a cadela da raça labrador Lady, de 6 meses. Em breve, ela assumirá o posto de ser o primeiro cão de serviço a atuar em uma escola da rede municipal de Campinas.
Nycolas, aluno do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Integral (Emefei) João Alves dos Santos, na Vila Regina, há três anos convive com crises de epilepsia, que começaram após a morte do avô. E é nesse contexto que entra Lady.

Ela tem a missão de alertar os alunos, professores e funcionários quando Nycolas está convulsionando. Com isso, ele pode ser socorrido com agilidade. Para realizar esse trabalho, Lady passa diariamente por um treinamento com o aluno e, uma vez por semana, vai até o Espaço Saúde, em Vinhedo, onde também recebe instruções.

A labradora é treinada para conseguir avisar quando o menino convulsionar – ela, inclusive, está sendo treinada para conseguir virá-lo, caso ele fique de bruços, e pegar os remédios quando isso acontecer.
Desde a chegada de Lady na família Leite, todos se sentem mais seguros. “Você não tem noção do quanto a gente fica mais tranquilo sabendo que alguém que vai auxiliá-lo mesmo que a gente não esteja próximo”, diz a mãe do aluno, Andreza Lopes Leite.

Até o momento, o papel de Lady é dar o suporte emocional a Nycolas e ajudá-lo na socialização. “A chegada da Lady tem sido uma experiência incrível. O Nycolas tem se apresentando como um menino mais alegre e seguro com a presença dela. As crianças adoram a cachorra, que já está bem adaptada à rotina escolar”, explica a diretora da escola, Lilian Carvalho Lima.

A busca

A primeira crise de epilepsia do aluno foi em 2021. “Foi terrível. Uma sensação de que eu ia perder meu filho, de que ele não iria mais voltar”, afirmou a mãe de Nycolas. Este ano, as convulsões começaram a ser mais frequentes. Antes, aconteciam a cada três meses. Atualmente, são a cada duas semanas.

As crises levaram a família a pesquisar sobre pessoas com epilepsia e a buscar ajuda. Por meio das redes sociais, a mãe conheceu os cães de serviço que auxiliam pessoas com esse diagnóstico.

“Coloquei na cabeça que precisávamos do cachorro. Quando se tem filhos, você faz tudo por eles”, comentou Andreza. Mas entre querer o pet e consegui-lo, havia uma barreira a ser enfrentada: a questão financeira. “Quando liguei para o adestrador perguntando sobre um cão pronto, adulto, o valor era R$ 400 mil”, lamentou a mãe. A quantia é inviável para a família. Continuando as suas pesquisas, Andreza conheceu a estudante de terapia ocupacional Giordanna Martins Bononi.

A futura terapeuta foi a ponte entre Nycolas e Lady. “Eu sou autista. Tenho um cão de serviço que me ajuda nas minhas crises e no dia a dia. Ele me deu mais liberdade, me tornou uma pessoa sociável”, contou a universitária. “Ela (Giordana) nos aconselhou a pegar um filhote e treiná-lo”, relata a mãe de Nycolas. E assim foi feito.

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