Por Sabrina Campos
Advogada e Árbitra
O número é: 6.747.815. O IBGE informa a estimativa de habitantes da cidade do Rio de Janeiro (2020). Inclui-se a população de rua, que cresceu terrivelmente, em especial por perda do emprego consequente à pandemia.
Porém, muito antes do COVID19, a falta de estrutura da cidade já era anormal, evidenciou-se com o vírus, mas há apenas três restaurantes populares, cerca de seis hotéis populares e de seis abrigos institucionais (só um aceita famílias, todos necessitam encaminhamento pelo Poder Público). Obviamente esquinas e marquises estão lotadas de famintos em situação de extrema pobreza.
Onde o Estado não alcança, para quem ama, não há limites, ou indiferença. Várias pessoas se compadecem do sofrimento alheio e agem, individualmente ou através de instituições, em prol da diminuição da dor dos aflitos.
A inconformidade pelo descaso há anos que vêm sendo tratados os mais pobres, a indignação pelo aumento dos desprezados pela Administração Pública, resultam institutos como o “Grupo Larena”, que reúne voluntários afeitos às causas sociais, ao resgate da dignidade do cidadão abandonado pelo Executivo.
São iniciativas privadas, baseadas em valores familiares, de cuidado e respeito ao semelhante, cujas ações sociais de ajuda humanitária são realizadas durante todo o ano, principalmente em momentos como este.
Alexandra Larena, advogada, teóloga, juíza de paz, capelã, idealizadora do Grupo Larena, é, antes de tudo, uma mulher que mantém os ensinamentos da mãe para estender a mão em ajuda aos necessitados. E, por amor, junto aos parceiros dessa causa, percorre ruas do Centro do Rio entregando agasalhos, cobertores, refeições aos que se encontram em situação de fragilidade e vulnerabilidade social.
O Grupo Larena arrecada doações para instituições como a Toca De Assis, Fundação Casa De Apoio Às Crianças Com Câncer De Santa Teresa, Casa Pró-Vida De São Frei Galvão. Realiza a “Campanha Natal Solidário”, festas natalinas em comunidades carentes com distribuição de brinquedos novos. Arrecadam material escolar para os de baixa-renda, atendem vítimas atingidas pelas chuvas, divulgam vagas de emprego, e, a constante “Rio Sem Fome”.
É preciso consciência de que a educação garantirá desenvolvimento social, econômico e cultural, que todos temos responsabilidade com o país, basta vontade para transformar a realidade do outro para uma sociedade mais justa e igualitária. Seja voz para quem não tem nenhuma! Faça a sua voz ser ouvida!