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Ana Maria Machado a imortalidade da literatura infantil

Carioca do bairro de Santa Tereza, a escritora Ana Maria Machado nasceu em 24 de dezembro de 1941. Filha do jornalista e político Mário de Sousa Martins e de Diná de Almeida Souza Martins. Ana Maria é irmã do jornalista Franklin Martins.

Desde pequena era apaixonada por histórias, muitas destas contadas por seus pais e por sua avó, aprender a ler quando tinha cinco anos de idade, tornando-se uma leitora assídua e voraz.

Ana Maria Machado foi aluna do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do MOMA de Nova Iorque, ela iniciou sua carreira como pintora, participando de exposições individuais e coletivas no exterior e dentro do Brasil. No ano de 1964 se formou em Letras Neolatinas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, pós graduou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Após se formar, a escritora passou a ministrar aulas de Literatura Brasileira e Teoria Literária na mesma universidade que estudou, lecionando também na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Além de ser professora nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel.

Durante o período da ditadura militar, Ana Maria Machado fez parte do movimento de resistência dos professores. Em 1969, depois do AI 5, acabou presa. Em janeiro de 1970 partiu para o exílio na Europa. Trabalhou como jornalista na revista Elle de Paris e no serviço Brasileiro da BBC de Londres. Lecionou Língua Portuguesa na Sorbonne. Nessa época, estudou na École Pratique des Hautes Études, quando defendeu sua tese de doutorado em Linguística e Semiologia sob a orientação de Roland Barthes.

Em 1972, Ana Maria Machado retornou ao país e como jornalista trabalhou no Correio da Manhã, no Globo e no Jornal do Brasil. Entre 1973 e 1980, chefiou o setor de Jornalismo do Sistema Jornal do Brasil de Rádio. Nessa época, escreveu regularmente para a revista Recreio. Em 1976, publicou sua tese “Recado do Nome”, sobre a obra de Guimarães Rosa.

Em 1977, Ana Maria Machado publicou seu primeiro livro infantil “Bento que Bento é o Frade” (nome da brincadeira também conhecida como Boca de Forno). Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio João de Barro com o livro “História Meio ao Contrário”. Com o sucesso das obras, não parou mais de escrever.

Em 1979, junto com Maria Eugênia Silveira, abriu a primeira livraria infantil do Brasil, a “Malasartes”, que dirigiu durante 18 anos. Em 1980, deixou o jornalismo e resolveu se dedicar exclusivamente a seus livros.

Ana Maria Machado tem mais de cem livros publicados, entre eles nove romances, oito ensaios e especialmente literatura infantil e juvenil. São mais de 20 milhões de exemplares vendidos, publicados em vinte idiomas. Recebeu dezenas de prêmios, entre eles, 3 Jabutis, Machado de Assis e o Hans Christian Andersen.

Em 2003, Ana Maria Machado foi eleita para a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o poeta Adelino Fontoura. Presidiu a Academia entre 2012 e 2013, sendo a primeira escritora de livros infantis a fazer parte da ABL.

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