Só no RJ casos aumentaram mais de 100%
O Ministério da Saúde reconheceu que a esporotricose, causada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii, é atualmente um problema de saúde pública no país. O presidente da Comissão de saúde animal, vereador Dr Marcos Paulo faz um importante esclarecimento: “Temos alertado há anos sobre o surto de esporotricose sem nenhuma resposta concreta da prefeitura. O animal contaminado também é vítima, sendo muitas das vezes abandonado nas ruas”, alerta o vereador Dr. Marcos Paulo (PSOL).
Na capital, desde maio, está valendo a Lei nº 7.889/2023 de autoria do vereador Dr. Marcos Paulo (PSOL) que obriga médicos veterinários da cidade a notificar aos órgãos municipais toda vez que atenderem animais domésticos com a zoonose.
A legislação em vigor tem como objetivo ser uma aliada para que autoridades de saúde pública possam mapear as regiões do município que apresentam casos da doença para alertar tutores e as autoridades no combate à zoonose.
“Já passou da hora da prefeitura do Rio de Janeiro olhar para os animais, destinar verbas e, ainda, aumentar o controle dos casos de esporotricose no nosso município”. Ele explica ainda que, a identificação das colônias de animais com registro da zoonose é essencial para evitar mais contaminação.
Só no estado do Rio de Janeiro, os dados chamam atenção por ter aumento de 162% na taxa de contaminação em dez anos: 579, em 2013 para 1.518, em 2022, segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
Falta de informação contribui para abandono de animais com a zoonose
Apesar do tratamento gratuito ser oferecido pela prefeitura do Rio, os casos de abandono de animais infectados dentro das colônias espalhadas na cidade é muito comum, como relata a protetora de animais Regina Batista.
“Quando um animal é abandonado, a probabilidade de ter sido largado nas ruas por causa da doença é grande. As pessoas não entendem que existe cura para essa doença e é só procurar tratamento para recuperá-lo. Falta informação”.
Exemplo disso, é o do gato Nino, um dos resgatados pela protetora na Ilha do Governador. Abandonado nas ruas por ter esporotricose, passou por um longo tratamento e, atualmente, está saudável e recebe todo amor e cuidado de sua família adotante.