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Ao conquistar minha primeira medalha, eu vi o quanto sou capaz de novas conquistas, foi um grande recomeço, e pensei “nossa agora sou uma atleta mesmo”

Em 2105, a jovem Naiara Ramalho sofreu um grave acidente no deslocamento de trem, no Rio de Janeiro. Enquanto estava retornando da faculdade, a adolescente teve o braço amputado após um assalto. Naiara ficou mais de um mês internada.

Depois na reabilitação no INTO, Naiara conheceu um amigo que fazia esporte adaptado e a convidou para conhecer o projeto AVA (Associação Vencedores Adaptados), que visa à melhora da qualidade de vida de crianças e adultos com deficiência.

A jovem Naiara  conquistou a medalha de ouro nas Paralímpiadas Universitárias 2018, na prova de arremesso de peso. Naiara conseguiu a medalha de Bronze na prova de lançamento de dardo;  medalha de Ouro na FISU America Games 2018 (Pan-Americano Universitário) na prova de arremesso de peso; Ouro na prova de lançamento de dard ; Circuito Loterias Caixa (fase regional) 2019; Ouro na prova de lançamento de dardo Prata na prova de arremesso de peso; medalha de Ouro nas Paralimpíadas Universitárias 2019 na prova de arremesso de peso (estabelecendo o recorde Paralímpico Universitário Brasileiro) e Ouro na prova de lançamento de dardo. Ao todo, a jovem conquistou mais de 10 medalhas.

Atualmente, Naiara é a 3° do Brasil no Tiro Esportivo. E cursa Educação Física na UNINASSAU RJ.

A jovem Naiara Ramalho contou em entrevista sobre sua vida, seus projetos e sonhos.

Jornal DR1: Como sofreu o acidente? Onde estava indo?

Naiara Ramalho: Quando voltava da faculdade, em Nova Iguaçu, peguei o trem e cerca de três estações depois eu fui assaltada dentro do trem. Quando sai pra buscar ajuda, o trem fechou a porta de maneira repentina, me deixou presa pela mochila. Quando consegui me desprender da mochila, eu caí no trilho e o mesmo trem que eu estava me atropelou, só dando tempo de conseguir tirar a cabeça do trilho. Mas, o braço não deu tempo de tirar, e então praticamente o amputei.

Jornal DR1: Qual é o projeto de esporte adaptado? Como funcionam os treinos?

Naiara Ramalho: Participo da AVA (Associação Vencedores Adaptados), que visa à melhora da qualidade de vida, que vai de crianças aos adultos com deficiência. E se for o desejo deles, eles se tornam atletas. Tudo com a orientação do presidente da AVA, o também atleta e professor Claudemir Santos. Os treinos são realizados de segunda a sexta-feira, onde são intercalados treinos gerais e modalidades específicas (atletismo, tiro, entre outros). E aos sábados, treino regenerativo e pras crianças na piscina.

Jornal DR1: O que sentiu ao conquistar a primeira medalha?

Naiara Ramalho: Foi uma das melhores sensações da minha vida. Vi o quanto sou capaz de novas conquistas, foi um recomeço, pensei “nossa agora sou uma atleta mesmo”.

Jornal DR1: Qual o sentimento por ter a terceira do Brasil em Tiro Esportivo?

Naiara Ramalho: Foi algo surreal, porque a pistola que tinha conseguido emprestada quebrou. Então, consegui uma emprestada a cinco minutos antes de entrar e era destra (e sou canhota) e não tinha mira ajustada, então foi uma sensação de superação. Deus foi muito bom e me honrou no momento que menos esperava. Foi a sensação de felicidade (risos).

Jornal DR1: Qual é a importância do esporte na sua vida?

Naiara Ramalho: Um divisor de águas. O esporte transformou minha vida de forma positiva, me deu novas perspectivas (tanto que sou formada em história e decidi estudar Ed. Física). Hoje, me sinto muito mais realizada. Não enxergo mais minha vida sem o esporte de alguma forma!

Jornal DR1: Qual mensagem você deixa para os jovens que são portadores de deficiência física?

Naiara Ramalho: Para todas as pessoas com deficiência, diria que não se deixem limitar por conta das dificuldades. A maior limitação está dentro de você. Você determina o tamanho que quer ser, só depende de você!

Jornal DR1: Qual são os planos para 2023?

Naiara Ramalho: Melhorar minhas marcas no esporte, ficando nas primeiras colocações. Também desejo terminar a graduação em Ed. Física e me classificar pras Olimpíadas de Paris. Sei que pra isso vou ter que tentar conseguir uma pistola olímpica, que não é barata.

 

 

 

 

 

 

 

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