Neste artigo vou continuar a falar sobre uma pesquisa publicada recentemente na “Paediatric and Perinatal Epidemiology” que aponta os efeitos adversos do Aquecimento Global na vida do recém-nascido.
As altas temperaturas não estão provocando apenas o nascimento prematuro das crianças mas também, como se verificou no estudo realizado em Israel com mais de 200 mil recém-nascidos, seria a causa de boa parte do sobre peso infantil. A pesquisa levantou a hipótese de que o Tecido Adiposo estaria atuando como um “Obesogênico” – termo criado pelo endocrinologista Bruce Blumberg em seu livro “The Obesogen Effect” – funcionando como indutor de peso no sistema hormonal.
Nas últimas décadas o mundo viu aumentar em 18% a obesidade infantil. Junto com o ganho de peso vem os riscos de doenças como diabete e hipertensão, por exemplo.
Os primeiros seis meses de vida é quando os recém-nascidos acumulam tecido adiposo rapidamente. Após seis meses, o tecido ósseo e muscular se desenvolve e o tecido adiposo é reduzido. Essas mudanças no desenvolvimento dos tecidos durante a infância tornam esse período especialmente importante para determinar a composição corporal da criança.
Pela primeira vez um estudo demonstrou uma associação entre exposição de Tecido Adiposo e o ganho de peso infantil rápido quando expostos a temperaturas mais elevadas.
O que as pesquisas têm nos demonstrados é que os impactos negativos da Mudança Climática são sentidas ainda no útero da mãe, que deveria ser o lugar mais seguro para um ser em formação, e seus efeitos serão sentidos ao longo de sua vida.