Ó, Cavaleiro Vazio!
Livrai-me de meus pesares
e de todos os demônios
que dentro de minha carne residem.
Ó, ilustre Cavaleiro Vazio!
Pequeno como um inseto,
pesado como chumbo,
porém oco como a morte.
Ó, temível Cavaleiro Vazio!
Faça de mim a sua casca,
o seu aprendiz maldito,
sua espada de um só gume.
Ó, sombrio Cavaleiro Vazio!
Digno de ser o herói dos tolos,
o salvador dos enforcados
a reencarnação de nossas sombras!
Ó, inocente Cavaleiro Vazio!
Ainda vagando pelo mundo,
ainda querendo as respostas
de um algo que nunca materializou.
Ó, esquecível Cavaleiro Vazio!
Que sua tristeza seja dissolvida
pelos próprios pecados
que vossa mercê cometeu.
Texto extraído do Livro ‘Os Devaneios de um homem louco’, de Bernardo Marinho Sampaio