(por Khalid)
Ando pelas areias do tempo, sem rumo
O deserto interminável se estende ao céu
Sua margem ilusória, faceira, reflete o escuro
Em delírios instintos, fomenta padrão cruel
O ciclo que rouba nunca devolve
Em carne viva, cria hipócrita realidade
Morrendo de sede, meu rosto chove;
Falsa beleza prometida ao solo que arde
Ainda escuto as faíscas do antigo metal
Elas sussurram: “os mortos não mentem”
Sua dádiva atrai o prazer mortal
Ao seduzir com seu estrondoso réquiem
Réquiem esse que abriu meus olhos
Sua melodia inteligível me fez entender
Carregando consigo a sabedoria de Hórus:
“Se nada importa, então o que há de ser?”
Na minha mão esquerda, carrego meu passado
Na minha mão direita, carrego meu futuro
O presente agora torna-se meu fardo
Desafiar o destino revela meu dever soturno.