Jornal DR1

Ars Gratia Artis: Diante da Terra Eterna

(por Khalid) 

Ando pelas areias do tempo, sem rumo 

O deserto interminável se estende ao céu 

Sua margem ilusória, faceira, reflete o escuro 

Em delírios instintos, fomenta padrão cruel 

O ciclo que rouba nunca devolve 

Em carne viva, cria hipócrita realidade 

Morrendo de sede, meu rosto chove; 

Falsa beleza prometida ao solo que arde 

Ainda escuto as faíscas do antigo metal 

Elas sussurram: “os mortos não mentem” 

Sua dádiva atrai o prazer mortal 

Ao seduzir com seu estrondoso réquiem 

Réquiem esse que abriu meus olhos 

Sua melodia inteligível me fez entender 

Carregando consigo a sabedoria de Hórus: 

“Se nada importa, então o que há de ser?” 

Na minha mão esquerda, carrego meu passado 

Na minha mão direita, carrego meu futuro 

O presente agora torna-se meu fardo 

Desafiar o destino revela meu dever soturno. 

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