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Ars Gratia Artis: O Livro dos Sonhos, Jorge Luis Borges

Verdade ou não?

Quando era garoto, Bertrand Russell sonhou que entre os papéis que havia deixado sobre a mesinha de seu quarto de colégio encontrava um onde se lia: “O que diz do outro lado não é verdade”. Virou o papel e leu: “O que diz do outro lado não é verdade”. Apenas acordou, procurou o papel na mesinha. O papel não estava ali.

Rodericus Bartius,

Los que son números y los que no lo son 

 

O sonho do petróleo

No verão de 1950, que precedeu ao voto de nacionalização do petróleo, meu médico prescreveu-me repouso prolongado. Um mês depois, enquanto dormia, vi em sonho uma personagem brilhante que me dizia: “Este não é o momento para descansar; levanta-te e vai romper as correntes do povo do Irã”. Respondi ao chamado e, não obstante minha extrema fadiga, retomei meu trabalho na comissão do petróleo. Quando, dois meses mais tarde, a comissão aceitou o princípio da nacionalização, admiti que a personagem do meu sonho me havia inspirado com felicidade. 

Mohammad Mossadegh, sessão do parlamento iraniano, 13 de maio de 1951 

O Reflexo

Tudo no mundo está dividido em duas partes, das quais uma é visível, e a outra invisível. Aquela que é visível, nada mais é do que o reflexo da invisível. 

Zohan, I, 39

Extraídos do ‘Livro dos Sonhos’ de Jorge Luis Borges

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