Vlad Juto era um vampiro da costa, um vampiro pirata que se escondia no porão quando batia o sol na embarcação. Todos se orgulhavam de ter um ser superior no deck, tanto faz se uma forma predatória de vida. Chegando à Islândia, onde os landvættir dão boas vindas a cavalos dos mares sem rosto draconiano, puderam notar que Vlad havia desaparecido.
Sem contar o porquê, sua capa voou rumo à noite do céu estrelado, em busca de sua viking dona de casa de olhos azuis e verdes de heterocromia, pronta para ser sacrificada junto ao seu futuro marido devido a uma morte violenta.
Enquanto a levantavam para que pudesse ter vislumbres de sua futura vida como ancestral, Vlad aterrorizou todos que ali estavam. Deixando os sacerdotes confusos se perguntando que tipo de draugr era aquele. É um draugr viajante, meus caros! Um draugr marinheiro, que não possui o instinto descontrolado, mas ainda assim é assassino.
Mas tem amor na capa, pois pegou Astrid nos braços e a levou para tomar um banho de Lua em sua morada, a da Lua mesmo. Pobre Astrid. Sufocou, pois não respira no espaço. Mas o início de tudo é a noite, então Vlad abriu seu pulso e deu para Astrid beber do seu sangue. Mesmo morta, sua alma incutiu no seu corpo a vontade da vida eterna.
E seus lábios se mexeram para provar a vitalidade transeunte. Os olhos dela abriram com uma não vida maravilhosa. Até Máni, a Lua, se espantou com tamanha beleza. Tanto foi que abençoou Astrid e agora a chamou de Astrid Mánisdottir, ou Astrid, a Filha da Lua.
E agora, Astrid Mánisdottir e Vlad Juto, o vampiro marinheiro vindo da Jutlândia, aterrorizam os mares.
Astrid, não mais uma viking dona de casa, saqueia com um sorriso predador, podendo decorar a longhouse de sua nova tribo com tesouros de mosteiros anglo-saxões.
E Vlad não mais se sente sozinho na noite eterna de suas jornadas, com sua fiel companheira, pronta para se jogar na luz do Sol, caso seu amor sofra uma morte violenta.
Texto de João Luiz Leal Maia Calonio