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Artista portuguesa lança livro no Rio onde aborda a sua Teoria do Pessimismo

Autora e criadora portuguesa  de “Aquário”, Marlene Barreto vem ao Rio para várias ações culturais entre os dias 5 e 14 de abril na Casa da Escada Colorida na escadaria Selaron em Santa Teresa. 

Que há inúmeros laços culturais em comum entre Portugal e a cidade do Rio de Janeiro, muito sabem. Por isso, a artista portuguesa Marlene Barreto lança o livro “Aquário” dentro de uma série de ações culturais na Cidade Maravilhosa. O lançamento da obra acontece em 5 de abril, a partir das 18 horas, na Casa da Escada Colorida, na Escadaria Selaron, em Santa Teresa. Já nos dias 6 e 7 acontece também na Casa da Escada Colorida, a gravação, a partir das 16 horas, do podcast “MEMO –  Vozes da Memória”, um formato talk show e de acesso livre que aborda os temas da(s) Memória(s), Identidade e Novos Imaginários. Fechando a programação está agendado um laboratório imersivo com o nome “Performando o Futuro” nos dias 12, 13 e 14 de abril. Os interessados podem se inscrever na chamada aberta até dia 1º de abril. As vagas são limitadas (Link). Toda a programação é gratuita.

A obra é a primeira parte de uma trilogia que aborda a Teoria do Pessimismo, um projeto que Marlene iniciou em 2021 como um texto teatral. Com muito sucesso no público de Lisboa, ela transformou o texto em um livro onde essa teoria mostra a busca pelo poder no capitalismo atual como algo causador de uma distopia. E, tal qual um aquário, onde muitos peixes disputam o oxigênio em um espaço pequeno, na obra Marlene explica como o ser humano tenta sobreviver em um universo distópico, o qual gera inúmeras formas de repressão.

A história passa-se num futuro de exceção e a ameaça à democracia, o desgaste do planeta, a solidão e a tirania ficam traçados de forma bastante transparente no texto onde a autora nos mostra qual o lugar “onde não queremos estar”. Que aquário é esse que dá nome ao livro? “É uma obra sobre o capitalismo, sobre o acesso ao poder que só poderia dar uma distopia. Fala sobre um fim. Com isso, o livro é uma metáfora personificada por um aquário que faz a diálise do oxigênio. Mas quem é que tem acesso a esse oxigênio? Apenas quem tem dinheiro! Então este texto pretende falar sobre esse perigo da distopia que a gente já vive, no qual as pessoas que estão no poder só pensam no lucro”, explica.

Ela salienta que “Aquário” vai além da proposta da crítica ao capitalismo e ao poder. Isso porque, de acordo com Marlene, a busca por ambos faz o ser humano perder sua própria humanidade. Consequentemente, de acordo com a autora, surgem inúmeros sentimentos baseados no ódio.

“Num mundo cada vez mais distópico, Aquário é uma metáfora à perda do sentido de humanidade, da destruição física, mental e emocional do ser humano, face a um capitalismo e acesso ao poder desmedidos. Erupções, cheias, sismos, terramotos, tempestades, degelos, maremotos e furacões, falta de água, falta de ar, desflorestação, extinção, genocídio, a guerra que nunca se foi embora, o fascismo, a brutalidade, o racismo, a intolerância interminável, a barbárie e o apagamento histórico, por exemplo”, explica a autora.

A abertura do evento, no dia 5 de abril, contará com a participação da investigadora travesti e transfeminista Brume Dezembro, que é também investigadora do projeto Teoria do Pessimismo  que fará a mediação da apresentação do livro “Aquário”, além de uma leitura do texto pelos atores Joana Solnado e João Villa e ainda um grande destaque para o show MARGEM da brasileira Brina Costa, e da portuguesa Madalena Palmeirim que lideram a criação musical do projeto acompanhadas do artista Paulo Mutti. 

A intervenção segue com a programação na Casa da Escada Colorida nos dias 6 e 7 de abril através da gravação de um podcast ao vivo e que serve de continuidade à pesquisa de Marlene Barreto para a criação do segundo espetáculo da trilogia -MEMO, espetáculo focado na opressão de gênero, outra grande ameaça à Democracia. Gravado entre Portugal-Brasil, deste podcast fará parte um leque de pessoas convidadas com forte engajamento na política, educação, ciência, artes, literatura, psicanálise e outros recortes que permitirão falar de Memória(s), Identidade e Novos Imaginários. A participação será aberta ao público, mas é necessário agendar com antecedência.

Quando questionada sobre o porquê de escolher o Rio de Janeiro para dar continuidade à sua pesquisa, a criadora responde: 

“Escolhi o Rio de Janeiro, não só pela relação com esta cidade pois  já aqui morei entre 2016/2017, como considero que o Brasil, no que diz respeito ao tema dos Feminismos, está muito mais à frente que Portugal. Percebo que existe um ativismo e um posicionamento político muito efervescente no Brasil quanto a estas questões, fruto da própria história do país. E há momentos que a  ação se faz escutando. E este podcast é exatamente isso. A procura de uma escuta e assim levar a mensagem”, completa. 

Fechando a programação, nos dias 12, 13 e 14 de abril a intervenção Performando o Futuro termina com uma Oficina- Imersão com o mesmo nome é dirigida a todas a mulheres ( artistas e não-artistas) cis, trans, pessoas não-binárias e pessoas em questionamento  com o propósito de encorajar todas as pessoas participantes a mergulharem em diferentes formas de expressão, como performance, som, cinema e palavra e narrativas. O objetivo é promover uma reflexão sobre a(s) Memória(s) como um material tanto subjetivo-individual, crucial para a construção da identidade e sentimentos de pertença e não-pertença, quanto coletivo e imaterial, uma forma de resistência contra os apagamentos e os silenciamentos.

Marlene Barreto, nascida em Loulé, em Portugal, é dramaturga, atriz e criadora artística e documental. É formada em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa, fez formação na CAL – Rio de Janeiro e Arte 6. É fundadora da Mescla – Associação Cultural e nos últimos anos, tem-se dedicado ao projeto «Teoria do Pessimismo» (trilogia), uma pesquisa focada nos perigos que assolam a Democracia. Em 2020/ 21 realizou o documentário Isolamento e atualmente está a preparar o processo de Memo, a segunda obra da trilogia. Escreveu os textos Reflexo e Aquário, levados a cena em 2017 e 2021, respectivamente. Aquário – 1ª parte da trilogia da Teoria do Pessimismo, deu origem a um livro de nome homônimo que chega agora ao Brasil.  

SERVIÇO

Intervenção Perfomando o Futuro

Dias: 5, 6, 7, 12, 13 e 14 de abril

Apresentação do livro Aquário

Dia: 5 de abril

Horário 18 horas

Gravação ao vivo do podcast MEMO – Vozes da Memória

Dias 6 e 7 de abril

Horário: 16 horas

Oficina imersão: Performando o Futuro

Dia 12 às 18 horas

Dias 13 e 14 em dois horários: às 10 e 18 horas

Local: Casa da Casa Colorida, Escadaria Selaron

Endereço:  Rua Manuel Carneiro, 18, Santa Teresa

Inscrições gratuitas

Link para inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdNP1HLSF3KFaFjgCiE4QuI0CkLDT-0mRTBKJNr1OshvfkGdQ/viewform

Entrada franca

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