As tradicionais listas anuais das cidades mais habitáveis e felizes do mundo costumam ser lideradas por metrópoles europeias, conhecidas por seus serviços públicos eficientes, segurança e vida cultural vibrante. No entanto, a Austrália vem ganhando cada vez mais destaque, e neste ano três de suas cidades figuraram entre as dez primeiras colocadas do prestigiado índice de Cidades Mais Habitáveis da Economist Intelligence Unit (EIU): Melbourne, Sydney e, pela primeira vez, Adelaide.
Para os próprios australianos, esse reconhecimento internacional não é nenhuma novidade. O país já oferece, há décadas, uma qualidade de vida invejável, com uma combinação única de estrutura urbana moderna e um profundo respeito pela natureza. É justamente essa dualidade — entre o conforto das grandes cidades e a liberdade proporcionada pelas paisagens naturais — que tem feito a Austrália se tornar um modelo de bem-estar contemporâneo.
Vida urbana, natureza e bem-estar: a fórmula australiana
As cidades australianas oferecem tudo o que se espera de um grande centro urbano: galerias de arte, shows, arenas esportivas de alto nível e uma gastronomia rica e multicultural. Mas o diferencial está no modo como essas metrópoles se conectam com o ambiente natural. Parques preservados, praias acessíveis, jardins botânicos e espaços ao ar livre fazem parte do cotidiano dos moradores — e não apenas como opções de lazer esporádico, mas como extensões da rotina urbana.
Andrea Seifert, diretora sênior de comunicações da agência Eight Communications, cresceu na Europa e na Ásia e se mudou recentemente para Sydney. Para ela, a relação dos australianos com a natureza é um traço marcante da cultura local. “As pausas para o almoço podem incluir um mergulho. Durante a semana, dá para ir a um cinema ao ar livre, e os fins de semana são para aproveitar feiras de produtores, cheias de alimentos tão frescos que quase não precisam de cozimento”, afirma.
Além da beleza natural, a Austrália também se destaca por índices robustos de segurança, infraestrutura de saúde e transporte, educação e estabilidade política — critérios avaliados pela EIU para montar o ranking anual. A baixa densidade populacional e o planejamento urbano eficaz colaboram para uma sensação de equilíbrio e bem-estar raramente encontrada em grandes cidades ao redor do mundo.
