E se expandirmos a bagunça para um espetáculo de teatro, qual bagunça podemos fazer no palco? Foi partindo deste questionamento que Cristiana Brasil, Diogo Cardoso, Eber Inácio e Florência Santángelo, integrantes do Grupo Roda Gigante, desenvolveram o espetáculo “BAGUNÇA“, que faz apresentação no dia 27 de novembro, às 11h, no Espaço EcoVilla Ri Happy, no Jardim Botânico. Dirigido por Eber Inácio e lançando mão de uma linguagem lúdica, com jogos cênicos que remetem à infância de outrora, mais analógica e pueril, o espetáculo apresenta a crianças e adultos o lado positivo da bagunça comumente feita pelas crianças.
“A bagunça proporciona liberdade e criatividade, é o momento em que a criança explora o espaço, os movimentos do seu corpo e a relação com outra criança de uma forma bastante livre. Se o adulto proporcionar um espaço seguro e materiais adequados, a bagunça é sempre enriquecedora. Tanto que, na cena, buscamos fazer a bagunça que é apropriada pelo espaço – dentro de um espaço como o teatro não dá pra tomar banho de mangueira, não dá pra jogar lama, mas a gente descobriu que dá pra fazer uma bagunça daquelas”, antecipa Eber, integrante do grupo desde sua formação, em 2008.
A ideia da montagem surgiu através das intervenções que o grupo realizou como palhaços nas enfermarias pediátricas ao longo de 12 anos. “Num ambiente hospitalar a disciplina é fundamental para o tratamento, e a relação palhaço e criança já é algo fora da rotina. A gente se diverte muito no hospital. A presença do palhaço traz uma desordem e trapalhadas”, pontua o diretor.
E é a linguagem do jogo do palhaço, também presente na montagem, que alcança crianças e adultos, encantando ambos com a mesma intensidade e facilidade. “Isso vem do jogo do palhaço, e a relação palhaço / plateia e plateia/palhaço. Quando é justa, essa relação não tem idade. Quando se encontram, palhaços e crianças fazem tremer os contornos da realidade, expandindo o momento presente, usando e abusando da fantasia e da transgressão”, vibra Eber, que não nega a realidade das brincadeiras contemporâneas e digitais.
“A força das brincadeiras e dos jogos digitais vieram pra ficar, não pensamos em brigar com eles. Eles têm até um lado lúdico, alguns trabalham a criatividade, mas nada se compara à experiência do corpo numa brincadeira. O canto, a dança, o pega-pega, as brincadeiras cantadas fazem parte de uma cultura da aprendizagem e do brincar. Incentivar isso é muito importante, e é um imenso prazer poder falar sobre a tal ‘bagunça’ utilizando um universo tão rico e surpreendente como o das crianças para podermos transgredir juntos no teatro”, finaliza Eber.
SERVIÇO:
Horários: 11h
Onde: Espaço EcoVilla Ri Happy
Rua Jardim Botânico, 1008 – Jardim Botânico
Ingressos:
R$ 70,00 – (Inteira)
R$ 35,00 – (Meia)
A bilheteria do teatro funciona de 3ª a domingo de 9h às 17h