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Black lives: Quincy Jones, o mago da música e ativista social

O produtor musical que morreu no último domingo é fundador de instituição que dá aos jovens acesso à tecnologia, educação, cultura e música, entre outras ações

O empresário e produtor musical Quincy Jones morreu domingo (03/11), aos 91 anos, em sua casa em Los Angeles, EUA. A trajetória de Jones marcou a história da música popular com uma influência que atravessa gerações e estilos. Ele foi produtor de grandes ícones como Michael Jackson e Frank Sinatra, além de ter participado da produção de grandes hits, como “Thriller” e “We are the world”.

Jones nasceu em Chicago em 1933 e iniciou sua jornada musical ainda na infância, influenciado pelo som de um piano tocado por um vizinho.

Jones foi um dos primeiros afro-americanos a alcançar destaque como produtor e, em 1958, colaborou com Frank Sinatra, com quem trabalhou em diversos projetos até o último álbum do cantor, “LA Is My Lady”, em 1984.

Durante 50 anos na indústria do entretenimento, o trabalho de Jones foi indicado para 79 Grammys, sendo premiado com 27 destes, e um Grammy Legends Award em 1991.A parceria com Michael Jackson surgiu enquanto trabalhava no filme The Wiz; Jackson lhe pediu conselhos sobre qual produtor Quincy indicaria para trabalhar com ele em seu próximo álbum em carreira solo.Surpreendentemente, o nome que Quincy indicou foi o seu próprio. Formou-se ali a dupla de maior sucesso do mundo da música. 

O primeiro disco de Jackson com colaboração de Quincy, Off the Wall (1979), vendeu 40 milhões de cópias, sendo um dos mais aclamados discos de música negra do século XX. O trabalho seguinte, Thriller (1982), alcançou um sucesso sem precedentes, vendendo 100 milhões de cópias e tornou-se o álbum mais vendido de todos os tempos.  Jones também trabalhou no terceiro álbum solo de Jackson, intitulado Bad (1987), que vendeu 30 milhões de cópias mundialmente, e se firmou durante algum tempo como o segundo álbum mais vendido da história.

O ativismo social de Quincy Jones começou nos anos 60 com o apoio do Dr. Martin Luther King Jr. Jones é um dos fundadores do Instituto para a Música Negra Americana (IBAM) cujos eventos buscam levantar fundos para a criação de uma biblioteca nacional de arte e música Afro-americana. Jones é também um dos fundadores do Black Arts Festival (Festival de Artes Negras) em sua cidade de Chicago. Por muitos anos ele trabalhou ao lado de Bono do U2 em vários trabalhos filantrópicos. Ele foi o fundador da Quincy Jones Listen Up Foundation, uma fundação que dá aos jovens acesso à tecnologia, educação, cultura e música. Um dos programas da organização é um intercâmbio intercultural entre os jovens carentes de Los Angeles e da África do Sul. Jones manteve vários trabalhos sociais, incluindo o NAACP, GLAAD, Jogos da Paz e AmFAR.

O produtor morreu em sua casa em Bel Air, Los Angeles, aos 91 anos, segundo seu agente ao lado da família, sem citar a causa do falecimento.

“Com o coração cheio, mas partido, compartilhamos a notícia do falecimento de nosso pai e irmão, Quincy Jones. E ainda que seja uma perda enorme para nossa família, celebramos sua grande trajetória de vida e sabemos que nunca haverá outro como ele”.Disse a família em comunicado.

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