Desde 2010, ano em que o Brasil regulamentou a Política Nacional sobre Mudança do Clima, o país elevou em 23,2% a quantidade de gases de efeito estufa que despeja na atmosfera todos os anos.
O Brasil atualmente detêm o quinto lugar entre os maiores poluidores climáticos, com cerca de 3,2% do total mundial ficando atrás apenas de China, EUA, Rússia e Índia. As emissões per capita do Brasil também chamam a atenção, pois superam a média mundial. Em 2020, ano da pandemia, enquanto a média mundial foi de 6,7 toneladas por pessoa, nós, brasileiros, emitimos 10,2 toneladas per capita, Enquanto na pandemia o mundo viu uma inédita redução de quase 7% nas emissões globais , o país foi na contramão do resto do mundo, tornando-se o único grande emissor do planeta a verificar alta, emitimos 2,16 bilhões de toneladas de CO2 ou seja, alta de 9%.
O principal fator a explicar a elevação foi o desmatamento, em especial na Amazônia e no Cerrado. Os gases de efeito estufa lançados na atmosfera pelas mudanças do uso da terra aumentaram 23,6%.
As mudanças de uso da terra foram responsáveis pela maior fatia das emissões de gases de efeito estufa do Brasil: 46% do total bruto. Em seguida a agropecuária, com 27% das emissões brutas e em terceiro o setor de energia, com 18% .
A alta é preocupante e levanta a questão se teremos capacidade de cumprir o Acordo de Paris com a meta apresentada na COP 26 de redução de 50% até 2030. O Brasil e os demais países do G20 têm a responsabilidade maior pela forte redução de emissões necessária para cumprir o objetivo do Acordo de Paris de estabilizar o aquecimento da Terra em 1,5°C neste século. De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), “o mundo inteiro precisará derrubar suas emissões em 7,6% ao ano todos os anos entre 2021 e 2030”.
É necessário, portanto, aumentarmos as ambição das ações de redução de emissões para evitar os piores efeitos da mudança do clima.