Jornal DR1

Brasileiro conta como é estudar na Universidade de Sorbonne, em Paris.

“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”. Foi com essa frase, do físico Isaac Newton, que o estudante carioca Diogo Barreiros, de 19 anos, celebrou, nas redes sociais, a aprovação em uma das mais conceituadas universidades da Europa: a de Sorbonne, em Paris, na França. Desde 2020, o brasileiro integra o grupo de elite de Física da entidade, chamado de SPRINT (Sorbonne Physique Recherche Intensive et Nouvelles Technologies).

Aprovado, também, no Brasil, na USP, Unicamp e em 4° lugar na UFRJ, além de outras três universidades francesas, Diogo, ex-aluno do Colégio Franco-Brasileiro, vem realizando um sonho na Cidade Luz:

Foi uma emoção enorme saber que eu estudaria em Paris depois de mais de um ano de pesquisas e estudos focados nesse projeto. Essa aprovação me mostrou como o francês que aprendi na minha trajetória pelo Franco foi decisivo para alcançar esse objetivo. Sem essa base acadêmica, provavelmente, eu nem teria considerado a opção de estudar na França – reconhece.

Em Paris desde o ano passado, Diogo divide o apartamento com mais três brasileiros, dois deles também ex-alunos do Franco. O outro o estudante conheceu quando procurava o primeiro alojamento na capital francesa.

O estudante conta qual é o maior desafio na adaptação ao novo país:

Não ter contatos dentro da faculdade que pudessem me ajudar com as dificuldades linguísticas e burocráticas da própria universidade foi um bom desafio a ser superado – relembra o brasileiro.

Nas palavras de Diogo, são muitos os pontos positivos por viver em Paris:

Morar por aqui é vivenciar uma realidade bem diferente do que no Rio de Janeiro, mesmo já tendo uma condição privilegiada. É se aprofundar em uma outra cultura e compartilhar experiências. É visualizar o que o investimento no ensino pode fazer, entender o potencial de transformação do aluno e facilitar a sua trajetória. É uma experiência que vale a pena.

Entre tantos pontos turísticos famosos, o brasileiro tem um preferido na cidade europeia:

O Les Invalides, também chamado de Hôtel des Invalides, onde se localiza o museu do Exército (Musée de l’Armée), que retrata não só a progressão de armas, estratégias e artefatos ao longo do tempo. Mas, também, a participação do Exército francês em eventos históricos como as duas grandes guerras. Além disso, lá também jaz a tumba de Napoleão (Bonaparte).

Inspiração no colégio

Aluno do Franco por 11 anos, Diogo é grato ao colégio por ter lhe dado ferramentas para realizar o sonho de estudar no exterior:

A maior parte da minha inspiração veio dos meus mentores na equipe de robótica, que abriram essa porta para mim, me ajudaram desde o início a construir esse projeto e ainda me ajudam quando eu tinha problemas, desde dúvidas acadêmicas a questões de moradia e burocracia francesa. Amo a Física desde pequeno e me aprofundei ainda mais quando entrei para a equipe de robótica, tanto de maneira prática quanto teórica.

O estudante aponta a participação na FrancoDroid, equipe de robótica, o que mais lhe marcou no colégio:

Pude aprender diversas competências acadêmicas e, também, me desenvolver enquanto pessoa e me formar enquanto cidadão, a partir de atividades de cunho social e educativo.

Diogo também guarda com carinho os torneios com a camisa da FrancoDroid: :

Os momentos que mais me marcaram na equipe de robótica foram os torneios que participamos, principalmente aqueles que representaram pontos finais de grandes trajetórias. Nesses momentos, o mundo parecia parar, obrigações pareciam não existir, por um breve intervalo de tempo nos desligávamos da rotina para curtir, para brincar, para rir, para chorar, para comemorar, para viver. Nesses momentos, a alegria é contagiante, o nervosismo acompanhante, a persistência incessante, mas a consciência de não querer estar em nenhum lugar senão aquele é dominante. Nesses momentos, eu percebi que já não é mais possível imaginar a minha vida sem a robótica.

Em que pese o enorme horizonte que o estudante vem descobrindo e conquistando em Paris, ele não esquece o país onde nasceu:

Meu maior sonho profissional é poder voltar para o Brasil com o intuito de melhorar, senão transformar o ensino e o acesso à ciência no país

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