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Brasileiros em contagem regressiva para o início na vacinação no país

 

Por Claudia Mastrange

Em meio à pandemia do novo coronavírus, quando o Brasil ultrapassou a marca de 200 mil mortes pela Covid-19,  mais de 50  países já começaram a vacinação contra a doença, enquanto os brasileiros seguem na contagem regressiva para usar os imunizantes já disponíveis mundialmente.  Rio de Janeiro e São Paulo planejam iniciar a vacinação em 25 de janeiro, ou assim que a Anvisa aprove o uso. O ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em entrevista  nesta segunda-feira, dia 11, declarou: “A vacinação vai começar simultaneamente e todos os estados. Será no dia D e na hora H, três ou quatro dias após chegar ou for autorizada”.  Independente das divergências políticas, tudo que a população precisa agora é ter acesso aos imunizantes o mais breve possível.

O Reino Unido se tornou o primeiro país do Ocidente a vacinar a população contra a Covid-19, em 8 de dezembro de 2020.  O imunizante aprovado para o uso emergencial foi o desenvolvido pela parceria entre a farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech.

Pouco tempo depois, a aprovação também ocorreu nos Estados Unidos, no Canadá, na União Europeia e assim em diante.  Os últimos a entrarem na lista, até seis de janeiro, foram Holanda, República de Palau, Islândia, Singapura, Irlanda e Belarus.

E por aqui, os brasileiros continuam na expectativa da chegada da vacina contra a doença. A aprovação ou não das vacinas depende da  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  O órgão recebeu, em oito de janeiro, o pedido de autorização do uso emergencial da vacina de Oxford, pela Fundação Oswaldo Cruz. A Fiocruz conduz os estudos do imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca no Brasil. Segundo a Anvisa, o pedido da Fiocruz é para o uso de 2 milhões de doses de vacinas que devem ser importadas do laboratório Serum, sediado na Índia. O laboratório é um dos fabricantes da vacina da AstraZeneca. A Fiocruz também se prepara para  produzir a vacina e prevê entregar 100 milhões de  doses até o mês de julho.

A Fiocruz vai prouzir 100 milhões de doses da vacina Oxford,AstraZeneca até julho (Foto: ABr)

A eficácia geral da vacina de Oxford/AstraZeneca é de 70%. Um erro na dosagem nos testes fez com a comunidade dos cientistas colocassem em dúvida a credibilidade na divulgação das informações, mas a empresa tratou de ajustar as análises de dados.

Também em oito de janeiro, o Instituto Butantan protocolou  à Anvisa o pedido para uso emergência da vacina Coronavac.  De acordo com a nota da Anvisa, “as primeiras 24h serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se os documentos necessários estão disponíveis”. “Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório. O prazo de 10 dias, não considera o tempo do processo em status de exigência técnica”, diz a nota.

Produzida pelo Instituto Butantan, a Coronavac tem 78% de eficácia comprovada (Foto:ABr)

Ministro Eduardo Pazuello: “Nosso objetivo maior é o controle da pandemia”

O anúncio de que a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan alcançou eficácia de 78% foi muito comemorado de modo geral e, mais ainda, pela comunidade científica.  O Ministério da Saúde anunciou assinatura de contrato com o Butantan para adquirir até 100 milhões de doses da vacina para o ano de 2021, produzidas pelo órgão em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

A perspectiva da pasta é que sejam disponibilizadas em 2021 até 354 milhões de doses. Este total deve ser formado por dois milhões de doses importadas da Astrazeneca da Índia, 10,4 milhões produzidas pela Fiocruz até mês de julho, 110 milhões fabricadas no Brasil pela Fiocruz a partir de agosto, 42,5 milhões do mecanismo Covax Facility (provavelmente da Astrazeneca) e as 100 milhões da CoronaVac oriundas do contrato com o Instituto Butantan. O MS ainda negocia com a Pfzer, mas há divergências em torno de exigências contratuais.

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o plano nacional de imunização está previsto para que, em 12 meses, todo o público-alvo seja vacinado. “Está previsto para nós vacinarmos 50% da população-alvo até junho e os outros 50% até dezembro, com uma margem de mais quatro meses, que seria uma margem para buscar ainda algum grupo que não tenha sido ainda vacinado”, disse. “O objetivo maior nosso é o controle da pandemia. Na hora em que você controla a pandemia, as taxas de contaminação caem e a vida começa a voltar ao normal”.

Presidente Bolsonaro e Ministro Pazuello em Live no Facebook

O presidente Jair Bolsonaro declarou lamentar as 200 mil mortes pela Covid-19 idas no Brasil, “mas a vida continua”, declarou.  O Ministério da Saúde divulgou nota em que se solidariza com as “famílias que perderam entes queridos”. No comunicado, a pasta diz que está “trabalhando incansavelmente paragarantir vacinas seguras e eficazes à população” e destaca o papel dos profissionais de saúde no combate à pandemia. Sabe-se que o pais registrou em 2020 mais de 600 mil mortes por causas variadas, mas as vítimas da pandemia são um doloroso capítulo em nossa história.

Parceria estado e município no Rio para vacinação e enfrentamento da pandemia

O governador em exercício Cláudio Castro e o prefeito do Rio, Eduardo Paes decidiram unir forças e trabalhar em parceria, para as ações de enfrentamento à pandemia do coronavírus. Ficou acertado que haverá trabalho em conjunto na vacinação da população do Estado do Rio contra a Covid-19, na abertura de novos leitos para pacientes com coronavírus e também na adoção de um sistema único de regulação para as unidades de saúde de todo o estado. Castro visitou as instalações da Fiocruz, que planeja iniciar produção da vacina em 20 de janeiro.

O prefeito Eduardo Paes e o governador em exercício Cláudio Castro i: parceria no enfrentamento à Covid-19 (Foto: Governo do Estado do Rio)

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves informou que o estado do Rio já adquiriu 8 milhões de seringas e aguarda o recebimento de mais 8 milhões, para os 92 municípios. “Ainda teremos mais 50 milhões, que vão chegando conforme a demanda. Já estamos licitando caixas térmicas, freezers e termômetros. Nossa Vigilância Sanitária está pronta, são técnicos acostumados a organizar campanhas de vacinação”, afirmou o secretário.

Rio terá 450 postos de vacinação

Na capital, o Eduardo Paes avisou que pretende iniciar a vacinação em 25 de janeiro. “O secretário Daniel Soranz vai para mais uma reunião com o Butantan. Temos um compromisso para comprar 3,3 milhões de doses. Estamos trabalhando para começar a vacinação no mesmo dia que São Paulo”, afirmou Paes, em entrevista coletiva, pedindo que até lá, a população siga com os cuidados de prevenção. “A doença ainda está aí. Enquanto a vacina não vier, nós temos uma situação crítica. Peço a atenção de todos”, ressaltou o prefeito.

O plano de  imunização, no Rio,  prevê cerca de 2,6 milhões de cariocas vacinados, em 450 postos de vacinação, na primeira etapa, dividida em quatro subgrupos:

1ª fase: idosos acima de 75 anos de idade; trabalhadores da saúde; indígenas, idosos em instituições de longa permanência, como asilos.
2ª fase: idosos na faixa etária de 60 a 74 anos.
3ª fase: pessoas com comorbidades
4ª fase: professores; profissionais das forças de segurança e salvamento; funcionários do sistema prisional; privados de liberdade.

 

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